Não sei exatamente se é a grande experiência que os proprietários detêm no ramo (desde 1982, têm restaurantes) ou a proximidade entre Portugal e Espanha. O fato é que, neste local, o “tapeio” é coisa séria! Produto, produto e produto – sem embromação, com elaboraçōes clássicas e tempero certeiro. A primeira coisa que faço ao chegar a um bar de tapas é pedir uma tortilla. Lembrei da melhor do mundo, do restaurante Cal Pep, no bairro do Born, em Barcelona, de aspargos com alcachofras, 20 cm de diâmetro e batatas laminadas – ideal para que fique bem suculenta por dentro.
Tudo que já provei neste restaurante de tapas me agradou, e não têm concorrentes no Rio. O alioli é muito bem executado, o presunto ibérico, super-reserva de belota José lorenz é absolutamente excepcional, o parmesão também é repleto de cristais, o fuet, levemente picante, é irresistível, a azeitona galega, na verdade, do Alentejo, é levemente adocicada e me lembra as Arbequinas da Espanha, a divina geleia de tomate da avó Leonor pode, e deve, ser muito bem acompanhada com o queijo de cabra, da serra ou manchego. As torradas e o pão com tomates teletransportam-nos à Catalunha, e os polvos, também. O molho de tomate da rabada de vitela com delicadas folhas de agrião e as das favinhas com costelinha e linguiças portuguesas me chamaram a atenção pelo equilíbrio de sabores e acidez. O arroz de pato da avó Alice, com chorizo de verdade, é irresistível. E, para quem curte uma carne de vitela, recuse-se a sair de lá sem provar o bife café império: vinho do Porto, brandy, creme de leite, café e especiarias, sem farinha para engrossar, graças a Deus! Dá para cortar com a colher, de tão macio.
O Bacalhau ao Brás poderia ter vindo um pouco menos gorduroso e o pimiento de piquillo, mais bem recheado com atum e menos cremoso. As alheiras, elaboração de aves tipicamente portuguesa, geralmente não me agradam, mas estavam gostosas.
Na taça, uma sugestão de tinto bastante honesta da região do Dão, e no copo a deliciosa cerveja portuguesa superbock.
Na decoração, homenagens a personalidades portuguesas famosas e aos times de futebol. O atendimento é impecável, com os donos sempre presentes – Nuno e sua esposa e Salvador Almeida (na foto acima) -, a música, agradável, mas a luz está dois tons acima, para o meu gosto.
Para fechar, sugiro a mousse de chocolate ou o pudim de natas.
Quanto? Aproximadamente R$ 150,00 por pessoa. Vale cada real!
Ah! Se seu destino do final do ano for a Bahia, vá ao restaurante em Trancoso. Fique hospedado na pousada e prepare-se para alguns justificáveis quilinhos a mais. Espero dar um confere em breve. Axé!
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DROPS INFORMATIVOS
EL GORDO
Av. General San Martin 1219, Leblon
De 3ª a sábado, das 17h às 2h., Domingo das 13h às 23h.
21 3079-9581
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