Musicais são da ordem do dia. Biografias viraram o chamado “must”. E, na verdade, as plateias vão para ver mais do mesmo. Mas aí vem um cantora que não tem medo de ser feliz. De cantar e cantar, rebolar, transformar a vida cotidiana com os mecanismos literais de malabarismo corporal. Pois é, “Mondo Machete”, com Silvia Machete, promete e entrega.
Autodenominado como primeiro teatro musical sobre uma cantora ainda viva , “Mondo Machete”, com texto de Felipe Miguez, direção geral de Cesar Augusto e direção musical de Fabiano Krieger, é uma mistura interessante do que se vê na cultura pop: quadrinhos, seriados, músicas antigas, sucessos recentes e o brasileiro escracho, muito escracho.
E na temporada, “As Lágrimas Quentes de Amor Que Só Meu Secador Sabe Enxugar”, com Paula Cohen, vai também retratar essa nova mulher que se mete em aventuras, viaja por amor, perde e ganha. Levanta a poeira e dá a volta por cima. Paula vive uma atriz sem trabalho, aparentemente uma super corajosa, pois resolve se casar com argentino (e para viver com eles, haja coragem), se vê seduzida e abandonada e procura alguma solução.
Tanto Silvia Machete como Paula Cohen investem na capacidade de mostrar o que a brasileira tem, o que inquieta a artista e como ter amor, carreira, sair da fronteira, quer pessoal, quer geográfica. A voz de Silvia é um presente, afinada, entoadíssima, emocionante em alguns momentos. Paula traz a tradição do humor do quiproquó e dos erros. E ambas conseguem fazer algo cada vez mais raro: uma boa receita de interagir com a plateia.
Serviço:
Mondo Machete
Quinta a sábado às 21h30, domingo, às 20h.
Teatro dos 4
As Lágrimas Quentes de Amor Que Só Meu Secador Sabe Enxugar
Sábados, às 23h
Sala Marília Pêra do Teatro Leblon