Quem frequenta a PUC sabe que os ascensoristas de lá são muito queridos: são funcionários educados e sempre de bom humor. Há duas semanas, algo mudou: andam quietos, falando pouco. Existe um rumor de que foram proibidos de ler jornal, que tinham sempre à mão, e ouvir rádio ou ver TV no celular. Alguns alunos estão revoltados com a proibição e já foram até o Diretório Central dos Estudantes para saber se os ascensoristas só podem mesmo apertar botões e olhar para a frente.
A coordenadoria da prefeitura do campus da universidade diz que desconhece o fato e que não partiu de lá nenhuma nova determinação. “Não exigimos nada além de uma conduta profissional”, diz o coordenador Tavares. Há dois anos, no jornal da PUC, saiu uma matéria com o ascensorista Francisco das Chagas Pereira, conhecido por ter do seu lado, no elevador, uma bolsa com livros. Na entrevista, ele dizia só ler em horários de menos movimento, que seus autores preferidos eram Machado de Assis e Ariano Suassuna, e que lia uma média de 15 livros por ano. O DCE da PUC está investigando o caso.