Engenheiro que nunca exerceu a profissão, Marcelo Tas é umas das pessoas públicas nacionais de trajetória mais versátil. Jornalista, apresentador de TV, escritor, diretor e roteirista (sempre bem-humorado – isso é o melhor, não é?), talvez a melhor definição venha da que ele próprio se dá no perfil do Twitter: “extraterrestre” – tantas são as coisas que Marcelo já fez ou faz ao mesmo tempo. Além dessa plataforma, ele mantém página no Facebook, Instagram, e o Blog do Tas, um dos pioneiros e mais premiados, desde 2003. Recentemente, também começou a produzir reportagens para o aplicativo Snapchat, no canal Fusion. Sem dúvida nenhuma, esse paulista de Ituverava deve ter antenas invisíveis – rasparia a cabeça para que funcionem melhor? (Como Tas revela no seu site, é careca por opção).
Foi um dos fundadores, com o cineasta Fernando Meirelles, da produtora Olhar Eletrônico, onde surgiu o personagem humorístico Ernesto Varela, um repórter que fazia perguntas desconcertantes e irônicas para políticos. Como o personagem Bob Mc Jack, apresentou, em 1984, o programa Crig-Rá na TV Gazeta, um dos primeiros a mostrar videoclipes. Também passou pelo Videoshow da Globo, em 1987. Em seguida, atuou como diretor e roteirista dos programas premiados internacionalmente Rá-Tim-Bum e Castelo Rá-Tim-Bum, escreveu o roteiro para o Programa Legal, coordenou a criação de 1.140 edições do Telecurso 2000 e ainda encontrou tempo para fazer o curso de aperfeiçoamento profissional em Cinema e Televisão e em Multimídia e Novas Tecnologias pelo Fullbright Scholarship Program da Universidade de Nova York.
De lá para cá, escreveu um livro (“Nunca antes na história deste país”), atuou no teatro (“A história do Brasil segundo Ernesto Varela – Como chegamos aqui?), fez rádio, deu palestras sobre comunicação digital e criatividade, fez uma instalação para o Museu da Língua Portuguesa (Beco das Palavras) e se projetou nacionalmente com o programa CQC, na Band, onde ficou de 2008 até o fim do ano passado. Atualmente, Tas pode ser visto no GNT, no “Papo de Segunda.” Isso não é um currículo, é uma bravura (rsrs).
Além de tudo, é pai de Luc, 25 anos, Miguel, 13, e Clarice, 9, e casado com a atriz Bel Kowarick. Hinduísta, leve, amoroso e engraçado,Tas diz viver o momento presente, e costuma responder a quem pergunta como gasta o seu tempo livre: “Todo meu tempo é livre”. Leia sua entrevista:
UMA LOUCURA: “Estar vivo e animado no planeta Terra no ano de 2015. Essa loucura é para os fortes.”
UMA ROUBADA: “Qualquer atração turística em alta temporada é uma roubada. O mundo tá pequeno demais para tanta selfie.”
UMA IDEIA FIXA: “O Brasil virar de verdade uma “pátria educadora”; por enquanto, é só slogan de marqueteiro.”
UM PORRE: “Aqueles horários alugados por igrejas na TV.”
UMA FRUSTRAÇÃO: “Frustração é ainda não ter ido ao espaço.”
UM APAGÃO: “Aquele que parou o Brasil inteiro em 2009, bem no dia do meu aniversário de 50 anos. Bebemos tudo na calçada em frente ao lugar onde ia ser a festa, no centrão de São Paulo. Foi muito legal!”
UMA SÍNDROME: “Sou obcecado em viajar na ponte aérea do lado direito do avião – o único jeito de contemplar de cima o litoral entre Rio e São Paulo, o mais lindo do mundo!”
UM MEDO: “A solidão. Esse é o maior medo e também o maior aprendizado que eu conheço.”
UM DEFEITO: “Às vezes eu falo muito, reconheço e peço, desde já, as desculpas.”
UM DESPRAZER: “Desprazer é o nível do debate político atual.”
UM INSUCESSO: “Insucesso é minha amizade com meu cabeleireiro: não o vejo há 25 anos.”
UM IMPULSO: “Aceitar, de bate-pronto, fazer o “Papo de Segunda”, no GNT, com os operários do amor Xico Sá, Leo Jaime e João Vicente. Estamos nos amando cada dia mais.”
UMA PARANOIA: “Paranoia de não deixar nada para a última hora. Odeio quando as coisas entram no modo ‘urgente’.”