Dizem que “deixar uma janela aberta” é sempre sinal de esperar por algo novo. “Abrir uma janela” também pode ser entendido como novas possibilidades e oportunidades. Enfim, essa palavra está sempre associada a um sentido positivo, e, na arquitetura, a janela está igualmente atrelada a tudo de maravilhoso no projeto de uma casa.
Janela significa uma abertura para o externo, uma conexão do interior com o exterior da casa, uma abertura que ventila e oxigena. Na nossa colonização, a casa portuguesa dos trópicos preocupou-se sempre com essa abertura. Inteligentemente, os portugueses fizeram com que a janela se transformasse num ar-condicionado natural. A casa com a ventilação cruzada era constantemente refrescada por essas aberturas, que, dispostas simetricamente, provocavam uma corrente de ar constante, trazendo saúde e temperatura amena para o interior da casa.
Esteticamente, uma casa com aberturas bem inseridas, no volume arquitetônico, embelezam e harmonizam um projeto. Uma casa com poucas aberturas é sempre menos equilibrada, e a arquitetura fica muito mais feia, como um caixote.
Hoje, infelizmente, não temos tantas chances quanto na época da nossa colonização. Os terrenos são menores, o entorno nem sempre é bonito, a ocupação e as aberturas têm que ser dentro de um limite rígido etc. No entanto, nós, no Rio, temos obrigação de valorizar ao máximo a nossa vista sempre que possível e, claro, dentro do possível, abrir muitas vezes janelas ou portas-janelas (janelas que vão até o chão) num projeto.
Mostro lindas janelas coloniais, homenageando os arquitetos autoditadas da época, que sabiamente transformaram as janelas em importantes aberturas arquitetônicas. Cada janela compõe, na fachada, um estilo próprio e especial, em harmonia com o conjunto arquitetônico de cada casa – a beleza e a funcionalidade juntas. A arquitetura colonial é linda e atemporal; além disso, fornece-nos, até hoje, lições sobre o morar tropical. Amo e, sempre que possível, incluo algo dessa linda arquitetura em meus projetos.