O estereótipo do avô é um velhinho de barbas brancas, bengala, final de vida, sem projeto. Porém, quando o avô não é um herói de nossa imaginação, mas um ganhador de um Prêmio Nobel da Paz? Isso é o tema de Meu Saba, com direção de Daniel Herz (foto abaixo), estrelado por Clarissa Kahane . É livremente inspirado no livro “Em nome da dor e da esperança”, de Noa Ben-Artzi Pelossof, neta do ex-primeiro-ministro de Israel Yitzhak Rabin.
A direção vai além do impecável – que não transforma o drama em melodrama, que constrói cenário, luz e atuação em um único corpo. E é por isso, que conversamos com Daniel Herz:
1) Como é fazer um projeto meio kibutzim: autor, atriz, produção?
O kibutz, na sua origem, é o projeto do equilíbrio saudável entre o privado e o coletivo. Na minha experiência com o teatro, isso se reproduz com uma intensidade enorme. O pacto do coletivo sustenta a fragilidade da singularidade humana com as suas suscetibilidades, contradições e paixões. Então, o projeto Meu Saba revive as minha origens e renova a minha paixão pela arte do coletivo!
2) Qual a diferença de dirigir uma mulher e um homem em monólogos (se é que isso existe)?
Não existe diferença! Pelo menos no meu caso, não existiu. O que existe são valores que sustentam o dia a dia dos ensaios. Tive a sorte de ter na minha frente dois atores incríveis! Primeiro, foi o Charles Fricks, que simboliza a consagração de uma trajetória dos Atores de Laura, de uma amizade cênica e de vida. E agora a atriz Clarissa Kahane, que é a consagração de uma parceria carregada de admiração mútua. Os dois transbordaram confiança em relação a minha direção, e isso é um presente para poucos!
3) Um avô é uma lembrança forte de formação. Quem você escolheria da cena teatral para ser seu avô teatral? Por quê?
Pergunta muito feliz! Rubens Côrrea! – a intensidade da palavra, do corpo. A intensidade da pergunta: de o que fazer e o porquê fazer? As conversas fascinantes sobre o teatro e a vida! Um mestre que não se apaga com o tempo…
Serviço:
ECM Sérgio Porto
Sexta e sábado, às 21h.
Domingo, às 20h.