Várias gerações cariocas estão de luto: morreu o jornalista Sérgio Figueiredo, de infarto, aos 86 anos, nesta quarta-feira (27/05), no Hospital Samaritano, em Botafogo, onde estava internado desde a semana passada. Amigo tanto dos seus contemporâneos e de sua mulher, Iolanda Figueiredo, quanto de outras gerações ligadas à sua filha, a joalheira Yara Figueiredo, Sérgio era um homem de muita classe, postura e humor tão ácido quanto inteligente. Não ligava para a opinião alheia, o que não o impedia de comentar, sempre com mais brilhantismo e sagacidade do que a maioria. Tinha amigos nas mais variadas áreas, fosse no Brasil, fosse no exterior, chegando até a manter uma “amizade social” com Frank Sinatra. O velório será a partir das 11h e corpo vai ser cremado às 13h desta quinta-feira (28/05) no Memorial do Carmo, no Cajú.
O advogado Pedro Grossi comenta:
“Sérgio Figueiredo era uma das inteligências mais brilhantes que o Rio já teve. Ensinou à imprensa brasileira, por exemplo, quem foi Shakespeare. Era amigo, além de ser o mal-educado mais bem-educado que já conheci – conseguia ser explosivo e gentil ao mesmo tempo; gritava, mas era dócil.”
O chef Zé Hugo Celidônio comenta:
“Num certo sentido, nós, amigos do Sérgio, já o tínhamos perdido há muito tempo. Depois do assalto que sofreu em Ipanema, há alguns anos, quando deram uma machucada nele, ficou retraído, quase nunca o víamos. Talvez agora, pessoa inteligente, culta e generosa, vá olhar pela gente. Já estava com saudades dele desde antes da sua partida.”
O empresário Humberto Saade comenta:
“Eu, Sérgio e Ibrahim (Sued) frequentávamos a noite juntos, um trio que gostava de boates e uísque. A noite, naquela época, não tinha perigo. Sérgio tinha defeitos, como qualquer um, mas uma grande qualidade: quando ele sabia que um amigo tinha uma necessidade ou um pedido, corria atrás para realizar. Era também muito crítico de tudo, um grande contestador. Estava sempre de terno e gravata; nunca o vi de outro jeito.”