“Eu sou o samba, sou natural daqui do Rio de Janeiro..”. Um espetáculo que mistura talento, ginga, alegria e muita, mas muita carioquice. E é a perfeita tradução dessa frase. Uma ideia do publicitário Washigton Olivetto se torna uma grande e luxuosa produção pelas mãos do diretor Gustavo Gasparini e nos pés e nas vozes de 16 cantores/bailarinos/instrumentistas. E que pés ! E que vozes!
Ao contar a história do mais brasileiro dos ritmos, vai-se além de comemorar os 100 anos de gravação do primeiro samba – “Pelo Telefone“, em 1916. Apontam-se as dificuldades, as malandragens, o surgimento da profissionalização, suas nuances. Mistura-se tudo, mantendo-se os mais honoráveis personagens como fio condutor. Moleque Bamba, Tia Ciata, Ismael Silva, Patricia, herdeira de um dos fundadores da Portela, e até Zé Pilantra são os narradores dessa saga.
“Sambra é uma grande viagem, irreverente e lúdica, nada didática, onde o samba é a inspiração, o protagonista”, explica o autor e diretor do espetáculo, Gustavo Gasparani, que mergulhou durante três meses em uma profunda pesquisa para a criação do texto. “Nossa busca foi por um olhar diferente, que fugisse do óbvio, uma forma nova de cantar o samba, sem perder a essência. Me fixei nos movimentos, na chegada do choro, na relação do teatro com o samba, na irreverência das revistas, na importância da Praça XI, na explosão do rádio. Mas não é calcado no racional; pelo contrário, é feito pra emocionar, pra mexer com o público.”
A plateia canta e vibra, sobretudo, nos números de Beatriz Rabello Farias e Isabela Bicalho, que soltam a voz e o corpo. Beatriz é uma verdadeira cabrocha das boas. Evolui com a graça das antigas pastoras, remexe com o quadril do samba de roda da Bahia e ao final marca com as grandes damas da Velha Guarda. É debruçar-se na varanda da saudade, balançar-se e sair com a alma leve.
Serviço:
Vivo Rio
sexta e sábado às 21:30
domingo às 20 horas