As uvas são realmente um espetáculo da natureza. E uma das coisas (não são muitas) que o homem colocou as mãos e ainda melhorou: vinhos! Eles ajudam a prevenir doenças cardíacas e câncer (1 copinho por dia, não exagere), reduzem placas de gordura, reumatismo, doenças pulmonares e etc.
De novo Adelaide. Este lugar é realmente encantado.
Visitei duas vinícolas e a verdade é que me surpreendi. Não que eu não goste de vinhos do “novo mundo”, muito pelo contrário. Entretanto, como em todos os lugares, pode haver de tudo. E degustar vinhos comerciais só porque alguém falou que são o máximo e que foram premiados não é comigo.
Para começar, ambas as vinícolas têm uma produção criteriosa, não muito numerosa – e é desejo deles continuar assim.
Optam pela produção mais cuidada – com o olho e as mãos dos donos em tempo integral. Por dedicação. Amor à arte de semear, colher e prover vinhos de qualidade. E é justo aí que mora a diferença. Produção local, desprovida de cobiça por mercado, que supere a vontade de manter-se íntegro e fiel à tradição artesanal.
Alpha Box Dice, da região de Mc Laren Vale, me ofereceu 4 vinhos.
Adorei o Wightmare 2013 (preço excepcional), que eles chamam de branco seco pós moderno (adorei a classificação). Este vinho é aromático mas não é frutado. Delicioso e super alto astral, como eles mesmo definem. Ele utiliza um mix de uvas que eles chamam de ‘rare white blend’.
Sem me estender muito, recomendo também o branco Golden Mullet Fury, Barossa 2009. ‘Vintage’ (para a região) e pontuação altíssima. Vinho superior. Falando dos vermelhos, fico com o ‘Apostle’ Shiraz Durif. Também resultado de um mix de uvas. Especiarias, chocolate e frutas vermelhas: aroma e sabor típicos da região. Esses caras conseguem ousar (‘blends’ e comunicação visual e etc.) justo por conta da tradição.
Agora, sabe aquelas jóias que estão na família há anos? Passando de pai para filho? Disso se trata. Ochota Barrels* está preocupada com os detalhes. É o fino da bossa. O patriarca trabalha até hoje e vinhos premiados não lhe faltam. Mas eles não estão preocupados com isso não. O negócio deles é superação, tradição e bom gosto. Clássicos e atuais, com charme. “Clean” sem ser minimalista. Os vinhos acompanham todas essas características. Destaques:
não sou apreciadora da uva Chardonnay – neste caso sou bem chata. Ás vezes prefiro nem provar fora da França (Borgonha), berço desta uva. Entretanto, dei uma chance e não me decepcionei. The Slint Vinneyard Lenswood Chardonnay aprovadíssimo. Indico sem pestanejar os Pinot Noirs e o The Shellac Vineyard Syrah. Mas, se você buscou para comprar e não achou, eu sinto muito. Eles produzem o que produzem. Te desejo sorte para encontrá-los. Você não se arrependerá.
* Eles nao despediçam nada! As cascas das uvas vão para alimentar o gado de uma fazenda orgânica vizinha – sustentabilidade e qualidade!
Drops Informativos:
Experimentem e depois contem para a gente:
https://www.alphaboxdice.com
http://www.ochotabarrels.com/saga.html