Enquanto o sonho de muitos brasileiros é deixar o país nesse momento de crise, existem atualmente cerca de 10 mil (número de dezembro do ano passado) pedidos de refúgio no Conare, Comitê Nacional para os Refugiados, órgão do Ministério da Justiça. Para que uma solicitação dessa natureza seja aceita pelo governo brasileiro é necessário que, no país de origem, esteja acontecendo uma violação generalizada dos direitos humanos, condição estabelecida na Declaração de Cartagena de 1984.
O país já acolhe 7.289 refugiados, de 81 nacionalidades diferentes, com predomínio de cidadãos da Síria, Colômbia, Angola e República do Congo, dos quais 25% são mulheres. A maioria é de sírios, cerca de 1.800. O número total de pedidos de refúgio aumentou mais de 930% entre 2010 e 2013 (de 556 para 5.882). Esses dados não incluem os haitianos, que vêm chegando ao Brasil desde o terremoto de 2010 naquele país. Nesse caso, eles tiveram visto de residência permanente por razões humanitárias. De acordo com dados da Polícia Federal, mais de 39 mil haitianos entraram no país até setembro de 2014.
O Brasil é o maior doador, entre os países emergentes, do ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. Em 2010 o governo brasileiro apoiou financeiramente as operações humanitárias do ACNUR no mundo com US$ 3,5 milhões; em 2011, com US$ 3,7 milhões; em 2012, com US$ 3,6 milhões e US$ 1 milhão em 2013.