Vão ser trazidas da Suíça as 800 hóstias que compõem a instalação “Missão/Missões (Como construir catedrais)”, de Cildo Meireles, uma das várias obras de artistas peso-pesados que vão estar expostas, a partir de sexta-feira, na exposição “Made in Brasil”, na Casa Daros, em Botafogo.
A peça de Cildo foi vista pela última vez no Brasil há 17 anos, no MAM de São Paulo, na exposição Teoria dos Valores. No início dos anos 2000, foi comprada pela Coleção Casa Daros, que tem sede em Zurique – daí o motivo por que as hóstias, que são renovadas a cada montagem, vêm de lá. Depois disso, impressionou o público no exterior em várias ocasiões, como a retrospectiva em Londres de Cildo, em 2008, na Tate Modern, em Londres.
“Missão/Missões” ainda usa 600 mil moedas no chão e 2 mil ossos na parte superior. O conjunto é uma interpretação das missões jesuítas que se espalharam pelo Sul do Brasil, Paraguai e Argentina entre 1610 e 1767 e mostram o custo da conversão dos índios: a coluna de hóstias une o chão de ouro ao céu macabro, cheio de ossos.
Antonio Dias, Ernesto Neto, Vik Muniz e Waltércio Caldas também têm peças nessa exposição, guardadas na Suíça. A montagem, aliás, começou há duas semanas, feita por uma equipe de Zurique que já conhece as obras todas.