Betty Lago sempre fez seu próprio caminho – desde cedo. Tanto é que foi tentar a carreira de modelo no exterior, com a cara (bem bonita, diga-se) e a coragem, e passou 15 anos entre Itália, França e os EUA. Precavida, no final de suas atividades de modelo, fez cursos de interpretação. Resultado: em dois anos, depois da estreia na Globo em “Anos Rebeldes”, já era uma das protagonistas na novela “Quatro por Quatro”. Com experiência como atriz, Betty se mostrou tranquila como apresentadora do programa GNT Fashion, passando muitos dos seus conhecimentos de moda, sempre com ótimas sacadas de humor – outro lado do seu talento. Ano passado, estreou um canal próprio no YouTube, o Calma, Betty!, que ela acabou parando, mas vai retomar com outro nome.
No momento, a atriz faz tratamento contra um câncer de vesícula, que surgiu em 2012 e reapareceu recentemente. Betty, novamente, mostra sua valentia (essa é uma palavra bem adequada para o seu perfil), não escondendo de ninguém a fase que enfrenta, enfeitando com chapéus, e não disfarçando, sua cabeça careca nos eventos sociais que continua frequentando. “A cabeça da gente se influencia por tudo. Voltei ao tratamento, desta vez já conhecendo as regras, o que deixa tudo mais brando. Não sou doente, sou alguém em tratamento. Continuo fazendo as coisas, só evitando gordura e álcool.”
Foi publicado aqui no site sobre a autenticidade e postura da BL diante do assunto. Agindo assim, facilita a vida de muita gente que sofre dobrado com a doença, tentando disfarçar aquilo a que qualquer um está vulnerável.
E chega desse assunto! Careca ou não, Betty Lago pretende trazer alegria pra todo mundo a partir de abril, com a estreia da comédia “Menopausa” no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea. Texto de Marilia Toledo e Emilio Boechat, direção de Maria Maya e produção do Sandro Chaim. No palco com Betty, estarão Dadá Coelho e Rosi Campos. Os ensaios já começam mês que vem.
UMA LOUCURA: “Loucura seria ir morar no Japão. Iria e ficaria lá dois anos, feliz, com meu amor. Já passei temporadas lá – fui umas seis vezes.”
UMA ROUBADA: “O verão é uma roubada, não aguento este calor. Costumo também me meter com pessoas que são uma roubada.”
UMA IDEIA FIXA: “As ideias fixas são tantas – dirigir cinema é uma delas. Quando tive programa no GNT Fashion (por cinco anos), era dirigido por mim.”
UM PORRE: “Um porre é fã abusivo. Tipo: você tá num restaurante com o garfo na boca, e vem alguém perguntar: ‘Posso tirar uma foto?'”
UMA FRUSTRAÇÃO: “Realizo tantas coisas que esqueço as frustrações; nem uso essa palavra. Cruz credo! Lembrei uma: não ter feito o primeiro filme de Beto Brant, “Os matadores”. A gente, às vezes, pensa que é o máximo e é uma merdinha.”
UM APAGÃO: “Tive um apagão por efeito da quimioterapia, mas foi no começo do tratamento. Dei dois passos e caí no box, na minha casa. Não entendia o que acontecia. De repente, eu esquecia que estava com problema. Na verdade, se não me olho no espelho, nem lembro que estou careca.”
UMA SÍNDROME: “Não tenho, não. Achar que sabe tudo é síndrome?”
UM MEDO: “Meu medo é clichê, de não estar em todos os lugares do mundo que quero. Desde 1996 vim morar de vez no Rio, minha cidade na vida. Tenho ainda medo do ego das outras pessoas, não compreendo. O dinheiro e o sucesso transformam algumas criaturas. É um medo abstrato, mas é medo – que merda! Medo de morrer eu não tenho, principalmente depois de ter lido “Autobiografia de um iogue” (do Paramahansa Yogananda), que ganhei da astróloga Maria Eugênia.”
UM DEFEITO: “Meu defeito é falar o que penso. Só arrumo encrenca.”
UM DESPRAZER: “O câncer tem um lado louco, é um desprazer momentâneo, mas quem passa por isso sabe que tem que passar. Eu entrei pra operar uma vesícula; no dia seguinte, vieram três médicos. Um deles disse: ‘Fomos tirar a vesícula e encontramos outra coisa.’ Eu levei tal choque, que trincava meus dentes. O susto foi do tamanho do que senti ao entrar na primeira vez na quimio. Agora, vou lá, faço, já converso com todo mundo. Transformei o que é pesado numa coisa leve.”
UM INSUCESSO: “Insucesso é novela que não dá certo, é o reverso da moeda. O contrário do insucesso é a nota 10 na Patricia Kogut – fica tanta gente com inveja, que nem dá parabéns.”
UM IMPULSO: “Tenho tantos… Um deles é chegar em casa, pegar o passaporte e ir……”
UMA PARANOIA: “Tenho paranoia de ser rejeitada.”