Valeria Valenssa, a mulata que deu vida ao personagem Globeleza e virou símbolo do carnaval, lança, na terça-feira (10/02), sua biografia na Travessa do Leblon, às 19h. Apesar do subtítulo do livro, “Uma vida de sonhos”, nem tudo aconteceu rápido e fácil para a garota magrinha do subúrbio carioca, que queria ser chacrete e foi jogadora de handeball. Mesmo aparecendo com seu corpo escultural a todo momento nas telas de TV de todo o país, na vinheta do carnaval de 90, as jornalistas Laura Bergallo e Josiane Duarte contam que o sucesso não foi imediato. Valeria passou por muitos trabalhos triviais até seu nome ser conhecido.
Seu relacionamento com o designer Hans Donner, aliás, só começou no réveillon de 93. O livro mostra, também, que paciência e resistência física eram exigidas ao extremo na gravação das vinhetas, que Valeria fez por 15 anos.
“Eu trabalhava com pintura no corpo. Isso podia incluir uma armação para os seios e um tapa-sexo. O Hans queria que eu não usasse a armação, mas eu não queria sair de peito de fora! Fiquei sem graça, mas disse que preferia usar. Para fazer a pintura eu tinha que ficar em pé quase 30 horas, não podia nem me sentar e nem mesmo dobrar os braços. De vez em quando me davam água. O Hans me dava chocolate na boca”, diz um trecho do livro.
Com texto de orelha e quarta capa escritos por Boni, a biografia publicada pela Tinta Negra Editorial mostra também momentos marcantes como a depressão que Valeria teve após sua saída da Globo e sua conversão à religião evangélica.