O Vaticano já deu o nihil obstat – equivalente a um “nada consta” da Igreja – à Arquidiocese do Rio em outubro, mas o processo de beatificação do médico e seminarista Guido Schäffer só começa, oficialmente, dia 17 de janeiro de 2015.
Nessa data vai acontecer uma cerimônia na Basílica da Imaculada Conceição, na Praia de Botafogo, às 18h. Dia 20 de janeiro, na procissão de São Sebastião, Guido vai ter seus restos mortais, que serão exumados no cemitério São João Batista, transportados da Igreja dos Capuchichos até a Catedral Metropolitana. Nesse mesmo dia, às 17h, eles serão levados para uma sepultura definitiva, que vai ser construída na Igreja Nossa Senhora da Paz.
Para sua mãe, Nazareth Schäffer, a iniciativa “é uma consolação muito grande”. Nascido em Volta Redonda e morador de Copacabana, Guido estava no final do curso de medicina quando decidiu se tornar padre. Adorava surfar e costumava organizar grupos de oração nas areias das praias.
No seu trabalho na Santa Casa, Guido dava constantemente seu testemunho de fé. Foi lá que conheceu as Missionárias da Caridade, irmãs da ordem fundada por Madre Teresa de Calcutá e passou a cuidar, também, dos moradores de rua. Guido morreu em maio de 2009, aos 34 anos, enquanto surfava – escorregou e a prancha bateu na sua nuca. Após sua morte, seu túmulo em Botafogo passou a ser visitado por romeiros e muitos milagres vêm sendo atribuídos à sua intercessão, fatos que deverão ser comprovados durante o processo de beatificação.
Dom Roberto, delegado episcopal para a Causa dos Santos da Arquidiocese do Rio, costuma chamar o filho do meio do médico Guido Manoel Vidal Schäffer e Maria Nazareth França Schäffer de ‘São Francisco de Assis Carioca’ – “além de curar o corpo, ele curava a alma através do evangelho”, diz. Segundo Nazareth, o filho costumava dizer que, “se Jesus me permitir escolher, quero morrer no mar”. Ainda de acordo com ela, “era no mar que Guido tinha a sensação de toda a grandeza de Deus”.
O Brasil só conta até agora com um santo nascido no país, Frei Galvão, que foi canonizado pelo papa Bento XVI, em 2007.