O diplomata gaúcho Fernando Cacciatore de Garcia lança, nesta quarta-feira (19/11), na Livraria Argumento, do Leblon, o livro “Como escrever a história do Brasil: miséria e grandeza”. Nele, defende a tese de que a maioria dos historiadores nacionais sempre sofreu do que podemos traduzir como o chamado “complexo de vira-lata”. Segundo o autor, os escritos desses intelectuais não servem mais ao Brasil de hoje, um ator global. Para Fernando, “a identificação com o opressor” é tão forte e foi tão incutida que os brasileiros sequer aceitam o fato de que o Brasil é, hoje, um país protagonista, “para alegria das potências tradicionais, que, desse modo, ficam sem um concorrente seguro de si”.
O diplomata também aponta a existência da lusofilia, o enaltecimento cego da ex-metrópole, Portugal, como um ponto negativo. Como exemplo, ele diz que é falsa a ideia de que a colonização pelos portugueses, comparada à espanhola, foi pacífica e não foi sangrenta, quando, na verdade, houve a matança e escravização impiedosas de centenas de milhares de índios.
Outro ponto controvertido que o gaúcho aborda é a imagem de D. João, para ele, “reduzido a um medroso comedor de frangos desossados, quando, de fato, foi um grande e visionário estadista, à frente de sua época, tendo introduzido a industrialização, indústria bélica, cursos superiores e a mentalidade matemática, entre outras conquistas”.