Há 20 anos esperando os resultados de sucessivos projetos de despoluição da Baía de Guanabara, os moradores do Rio têm agora uma nova promessa. E ela vem dos Estados Unidos: um convênio assinado entre a administração fluminense e o governador do estado de Maryland, Martin O’Malley (na foto, com Sergio Cabral, no Palácio Guanabara), que está aqui em visita oficial. A pergunta inevitável é: será que agora vai?
Os norte-americanos vão compartilhar com o governo do Rio a tecnologia que levou à limpeza da Baía de Chesapeake. Os detalhes ainda não estão claros; a presidente do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), Marilene Ramos, diz que os projetos aplicados em Maryland têm potencial para serem bem-sucedidos também na Baía de Guanabara, como os referentes ao tratamento de esgoto e de resíduos sólidos e a recuperação de áreas degradadas. “Estamos com uma grande expectativa para esta cooperação”, ela diz.
Nas duas últimas décadas, já foram empregados mais de R$ 1 bilhão (boa parte do BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento) na despoluição do nosso maior espelho d’água, berçário de inúmeras espécies de aves e onde desembocam cerca de 50 rios e riachos. Mais recentemente, até Eike Batista entrou na empreitada, que não foi adiante. No mês passado, Carlos Minc, secretário estadual do Ambiente, reconheceu que a água da Baía está longe da condição ideal para a disputa das Olimpíadas de 2016, mas afirmou que alguns programas de despoluição “já estão saindo do papel”. O Rio tem compromisso com o Comitê Olímpico Internacional (COI) para, até lá, limpar 80% da água. Se acontecer mesmo, será um legado para 8 milhões de habitantes que vivem em cidades às suas margens. Medalha de bronze, enquanto a despoluição total não vem.