Até onde conseguimos ser testados em nossos limites? Para mulheres que cumprem pena no Presídio Nelson Hungria, no Complexo de Bangu, a fé e a esperança podem ser mais fortes do que qualquer situação extrema. É só perceber os detalhes da foto acima: decoração presente nesta época na casa de quase todo mundo, os cordões, as bolas, os pisca-piscas e as guirlandas também têm vez nas celas das detentas.
Elas participaram, nessa terça-feira (17/12), de um concurso promovido pela Seap (Secretaria de Administração Penitenciária), que pretende, assim, incentivar a união e a solidariedade entre as internas. Para fazer a decoração, elas usaram materiais reciclados doados pelas autoridades e por parentes. Os trabalhos foram avaliados por cinco jurados, levando em conta critérios como criatividade, limpeza e disciplina. As detentas da cela que ficou em primeiro lugar ganharam um dia de tratamentos estéticos.
Os dormitórios receberam nomes como “Recomeçar” e “Perseverança”. “Isso traz crescimento pessoal para as detentas e auxilia muito no processo de ressocialização”, declarou o subsecretário adjunto de Tratamento Penitenciário, Márcio da Silva Rosa. As presas também vão compartilhar com todas as outras a ceia natalina, que, a princípio, seria apenas para as internas das três celas de maior destaque. O espírito de Natal não tem a capacidade de fazer o tempo voltar e nem de mudar o passado, mas pode ser a porta de entrada para uma nova chance.