Jane di Castro e várias colegas vêm apresentando o espetáculo “Divinas Divas” há quase 10 anos. Em todo esse tempo, nada se comparou ao que a artista viveu, nesse fim de semana, no palco do Teatro Rival, na Cinelândia. Era uma edição especial do show, produzida para as filmagens do primeiro longa de Leandra Leal, de mesmo título. No fim, Jane di Castro chamou ao palco o marido Otávio; ele subiu levando um buquê de rosas vermelhas e os dois, juntos há 46 anos, se emocionaram; abraçados, choraram muito. “Não me arrependo de nada. Ele sempre foi uma bênção em minha vida”, disse Jane.
O momento contagiou a plateia, que participava da gravação, e muitos caíram no choro também – entre eles, Zeca Camargo, Mariana Ximenes, Jean Wyllys, Igor Cotrin e Leandra Leal, que está estreando como diretora de cinema. Com direção artística de Claudio Amaral Peixoto, o documentário, que chega aos cinemas em meados de 2014, lembra os 50 anos de trabalho dos primeiros artistas travestis do Brasil e seu auge no Teatro de Revista das décadas de 60 e 70.
Além de Jane, a história é contada por Rogéria, Valéria, Marquesa, Camille, Fujika, Eloína e Brigitte. Neta do fundador do Teatro Rival, Leandra conheceu as “divas” ainda criança e se encantou. Agora, vê um sonho se realizar, na homenagem que faz através do filme. “Um artista completar 50 anos de carreira ainda em atividade é algo admirável”, ressaltou Leandra, concluindo: “Agora, um artista completar 50 anos de carreira em atividade sendo travesti no Brasil é algo extraordinário”.