Sem recursos suficientes, um dos museus mais importantes do Brasil está recorrendo ao financiamento coletivo – na prática, uma “vaquinha online” – para restaurar a sua fachada, que se encontra em estado precário. Localizado no Cosme Velho, zona sul carioca, o MIAN (Museu Internacional de Arte Naïf) tem o maior acervo de arte naïf do mundo, com mais de 6.000 obras de todos os estados brasileiros e de mais de 100 países.
A direção do museu tentou o patrocínio de empresas privadas e recursos de órgãos públicos, mas não conseguiu um único centavo porque o casarão que abriga o MIAN é uma propriedade particular, cedida em regime de comodato. Foi feito até um leilão com quadros da família proprietária do imóvel, mas o dinheiro levantado não fechou a conta da reforma. O jeito foi recorrer à prática do “crowdfunding”, bastante popular nos Estados Unidos e na Europa.
Com a campanha “MIAN de Cara Nova”, o museu, administrado pela Fundação Lucien Finkelstein, tem um prazo de 90 dias para arrecadar pelo menos R$ 30 mil através de um site especializado nesse tipo de financiamento (veja aqui). As doações começam em R$ 10 e cada “benfeitor” vai receber uma recompensa, como ingressos e livros.
Ainda pouco conhecido no Brasil, o financiamento coletivo permitiu, por exemplo, que o escultor e músico Edgar Duvivier executasse seu novo projeto, a exposição multimídia “Por um Triz”, em cartaz no Parque das Ruínas, em Santa Teresa, e a gravação de um curta-metragem.