É um espantoso sinal dos tempos – e, do jeito que a coisa vai, pode até ser chamado de um “mal” necessário. Quem imaginaria que, um dia, pais e mães precisariam andar com um “alarme” que avisa quando esqueceram o filho no carro? Depois de tragédias recorrentes no País – só este ano, aconteceu pelo menos cinco vezes, com a morte de duas crianças -, um inventor de Brasília criou um dispositivo que dá o alerta. Funciona, basicamente, como um sensor de presença.
Pai de dois meninos – um de 15 e outro de dois anos -, Onilson Nunes teve a ideia quando leu e ficou impressionado com os efeitos que um esquecimento desses pode ter sobre a criança – um dos bebês sofreu queimaduras e exaustão até a morte. “Fiquei muito triste. Os fabricantes de alarmes estão preocupados em proteger apenas o patrimônio”, diz. Daí, desenvolveu o aparelhinho, que é conectado ao alarme convencional do carro. Depois que as portas do veículo são travadas, o dispositivo alerta se tiver alguém dentro.
Onilson já registrou o projeto e procura empresas que queiram investir na produção em escala comercial. Se alguém acha exagero, basta lembrar que houve um novo caso esta semana (na terça-feira, 10/09), em São Carlos, interior de São Paulo. O bebê, de nove meses, sobreviveu depois de ficar 20 minutos sozinho no veículo fechado; a mãe admitiu que, na pressa para pagar contas, nem se lembrou do filho. É, sempre a correria.