Dizem que somos loucos, fofoqueiros e até mentirosos. Muitas vezes, servimos de escudo e vidraça. Aguentamos sol, chuva, calor, frio, lama, areia, poeira… Há os que vão à guerra e os que travam uma guerra diária. Mas, falem o que falem, somos nós que alimentamos, todos os dias, horas, minutos e segundos, o imaginário de todos, com informações que ninguém quer perder, comentar, curtir, compartilhar. Somos os jornalistas – e também humanos, leitores, filhos, pais, irmãos, amigos, maridos, mulheres, netos, vizinhos… Enfim, temos emoções, sentimentos, sensibilidade, revoltas, dilemas, medo, coragem, dúvidas…. sonhos e, sobretudo, pecados e virtudes, ou seja, o humano!
Nesse espaço, uma vez por semana, em vez de noticiar, agora vamos virar notícia. Essa é a proposta da nova seção: mostrar a vocês um pouquinho do que fazem e pensam os jornalistas, ou melhor, aqui chamados “Os Jornas”. Vamos sempre tentar falar bem porque mal, já tem muito quem o faça. É uma classe muito apedrejada! Na estreia, Joaquim Ferreira dos Santos.
Olha só a agenda de Joaquim Ferreira dos Santos: o jornalista está trabalhando como curador de música do Instituto Moreira Salles, que tem na sua plataforma digital a Rádio Batuta. Nesta sexta feira (16/08), estreia uma seleção de músicas dançantes dos conjuntos de baile dos anos 1960; no próximo dia 19, assina um programa sobre o fenômeno Anitta e as mulheres na MPB. Um dos pontos da programação é utilizar o acervo do IMS, composto de coleções preciosas, como a de José Ramos Tinhorão, mas cabem programas sobre períodos não cobertos pelo acervo.
Também está preparando para setembro, mês do Rock in Rio, um documentário sobre o início do rock no Brasil. “Música brasileira sempre foi o meu interesse maior na área cultural. Durante cinco anos, no final dos anos 70, fui crítico de discos e shows da revista Veja“, diz ele.
Além disso, Joaquim está começando a biografia do Zózimo Barrozo do Amaral, para a Intrínseca. “Zózimo foi meu companheiro no Jornal do Brasil. Foi ele quem inventou o novo colunismo de notas, acrescentando humor a um gênero que, se já não era mais exclusivamente social, ainda era muito duro pra dar notícias. Era um gentleman. Se eu soubesse que teria essa missão, teria curtido ainda mais os momentos que vivemos no JB. Minha experiência de colunista do O Globo também vai ajudar a compreender a tarefa”, afirma.
E outra: Joaquim está fazendo perfis para acompanhar as fotos que Ana Stewart fez sobre mulheres da periferia do Rio (Ana fotografou essas mulheres em 2000 e depois voltou a elas em 2010. As fotos já foram vendidas para vários museus estrangeiros e ganhou prêmios no Brasil). A fotógrafa pediu perfis de cada uma dessas mulheres para um livro que sairá em 2014 pela Réptil.
Pra completar, JF está fazendo crônicas para o site novo do Humberto Saade. E, em dezembro, volta a fazer as crônicas no Segundo Caderno de O Globo, às segundas-feiras, de onde saiu recentemente.