Onde foi parar tanta inteligência, sensibilidade, competência, talento? É assim que certamente muita gente vê a partida do jornalista, escritor, crítico de música clássica e colunista Luiz Paulo Horta, ocupante da cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras, que morreu neste sábado (03/08), aos 69 anos, em casa, por problemas cardíacos.
Luiz Paulo, gentil e educado, com todos com quem convivia ou não, era autor de livros sobre música clássica e teologia – assunto dominado por ele. Horta foi brilhante em seus artigos sobre a Jornada Mundial da Juventude e a visita do Papa Francisco ao Brasil.
Eu, Lu, que o conhecia de obas e olás, tinha a mais verdadeira admiração por Luiz Paulo Horta. Semana passada, mandei este e-mail pra ele, que aliás, ainda nem deletei do meu computador: “Horta, você, como sempre, imperdível (me referia a uma das colunas sobre o Papa). Tenho prazer em ler seus artigos, sempre tive a impressão de que, além de escrever um absurdo-de-bem, ali, atrás daqueles textos, existe uma pessoa ética e generosa. Muito bacana!”. Dali a minutos, recebi a mensagem: “Querida, nem sei como agradecer….”. Imagina – agradecer o quê?
Quando estudava jornalismo, ou no começo da minha profissão (não sei bem), sempre pensava em me espelhar naqueles a quem achava grandes, fosse pela ética, fosse pela cultura, fosse pelo que fosse. Horta era um deles! Se nosso percurso na vida significa alguma coisa, depois de partir-desta-pra-melhor, sou capaz de jurar que Horta é um homem de alma salva.
Casado com a editora do Caderno Ela, do jornal O Globo, Ana Cristina Reis, há seis anos, LPH deixa, além da viúva, três filhos, Ana Magdalena, Kiko e Ana Clara, além de seis netos. O corpo vai ser velado a partir das 15h deste sábado na sede da Academia Brasileira de Letras, no Centro; o enterro, no mausoléu da ABL, no Cemitério São João Batista, às 11h deste domingo (04/08).