Há quem pense que seja um efeito do encontro com o Papa Francisco, seu compatriota e agora ex-desafeto, no Rio. E que Cristina Kirchner tenha posto em prática um pouco das lições de humildade, justiça social e generosidade que o pontífice pregou durante a Jornada Mundial da Juventude. O fato é: a presidente argentina agora oferece refeições aos funcionários da Casa Rosada a módicos 3 pesos (R$ 1,25).
Uma análise menos superficial, entretanto, revela que o benefício aos empregados está mais para “piada de mau gosto”. O “restaurante popular” é o único que segue o Indec, índice que calcula a inflação na Argentina – e no qual Kirchner interveio há seis anos. Essa interferência, que, segundo economistas, serviu apenas para mascarar a alta do custo de vida, chegou a ser condenada pelo Fundo Monetário Internacional.
De acordo com o Indec, um argentino consegue se alimentar com 6 pesos (R$ 2,50) por dia. Logo depois da inauguração do refeitório na sede do Governo, na quarta-feira (31/07), vieram as críticas. Em qualquer restaurante do Centro de Buenos Aires, a mesma refeição custa 10 vezes mais – inclusive dentro do Congresso. Parece que Kirchner tentou temperar suas popularidade, mas escolheu errado… um estragão!