Um dos expoentes da chamada Geração 80, a colorida carioca Beatriz Milhazes é, hoje, uma das artistas plásticas mais prestigiadas do País. Sua obra faz parte de acervos mundo afora, onde, aliás, vem batendo recordes em leilões. Beatriz lidera o ranking dos artistas brasileiros vivos mais caros – no ano passado, o quadro “Meu limão” foi arrematado por US$ 2,1 milhões na Sotheby’s, em Nova York.
Pintora, ilustradora, gravadora e professora, ela é inquieta; a busca incessante por novas técnicas se traduz em obras de cores fortes e traços geralmente circulares, estimulando o movimento, o deslocamento, a viagem de quem vê. Com tanta intensidade, Beatriz surpreende na entrevista ao ‘saite’, na coluna “Invertida” desta semana. Por exemplo? Não se considera uma pessoa impulsiva, ao contrário do que sua obra sugere; mas, quem a vê pelas ruas do Leblon, sempre tão serena, com sua voz doce, talvez saiba disso. Veja as respostas – (Foto: Ana Colla).
UMA LOUCURA: “Mumbai, Índia. Nunca visitei nenhuma outra cidade que tivesse tamanhas discrepâncias e uma rotina tão confusa como esta – e, aparentemente, todos os habitantes acham tudo normal”.
UMA ROUBADA: “Levar 2 ou 3 vezes mais de tempo para chegar em algum lugar por conta do trânsito”.
UMA IDEIA FIXA: “Manter sempre a melhor qualidade de vida possível!”.
UM PORRE: “Nunca tomei nenhum porre. A bebida alcóolica é um mistério para mim”.
UMA FRUSTRAÇÃO: “Não conseguir encontrar as minhas telas desaparecidas”.
UM APAGÃO: “Os que sempre ocorrem no Jardim Botânico, onde é meu atelier. Desde 1987, quando instalei meu atelier definitivamente neste bairro, pelo menos uma vez por mês temos um apagão”.
UMA SÍNDROME: “Todas as que aparecem no documentário “Um dia especial”. É sobre um dia na vida de algumas mães que tem filhos com síndromes”.
UM MEDO: “De altura”.
UM DEFEITO: “Não consigo desenhar, pintar ou escrever com a mão esquerda”.
UM DESPRAZER: “Ter que caminhar na rua com chuva, vento e muito frio!”.
UM INSUCESSO: “Tentar explicar o Brasil para os estrangeiros… ainda não consegui”.
UM IMPULSO: “Eu não sou uma pessoa de impulsos”.
UMA PARANOIA: “Tenho paranoia em atravessar a rua. Eu detesto a idéia de ser atropelada”.