Não são apenas os brasileiros que estão muito insatisfeitos com o investimento público em saúde. Nos Estados Unidos, não chega a ser um caos, mas o sinal de alerta começou a piscar – e bem forte. Um estudo divulgado nesta quarta-feira (10/07) e que analisou dados de 34 países, classifica os progressos alcançados pelos americanos nessa área como “medíocres”.
A expectativa de vida deles aumentou – em duas décadas, passou de 75,2 para 78,2 anos, em média -, mas os gigantescos gastos públicos no setor não trouxeram os resultados esperados para a saúde dos americanos. Aumentaram os casos de distúrbios psiquiátricos e de problemas motores, o que faz com que muitos questionem a vantagem de viver mais.
O estudo foi realizado a pedido da primeira-dama, Michelle Obama, e publicado no conceituado Journal of the American Medical Association. Também concluiu que não houve qualquer avanço nas políticas para reduzir as causas de morte prematura nos Estados Unidos: doenças cardíacas, câncer de pulmão e derrame.
“Comparado com outros países de renda alta, os números da saúde nos Estados Unidos são bem medíocres”, analisou o diretor do instituto responsável pelo estudo, dr. Christopher Murray, da Universidade de Washington.
Há 15 anos, os americanos não faziam um levantamento desse tipo. Com o resultado em mãos, Michelle Obama vai convocar os prefeitos das cidades americanas para um encontro na Casa Branca, a fim de discutir o que pode ser feito para melhorar a saúde da população.
Como lá, o Brasil também enfrenta seu momento de passar a saúde a limpo. A diferença é que, aqui, acontece por força da mobilização popular – não exatamente pela consciência do poder público.