Quem não conhece de perto o talento, a graça, a criatividade de Heloisa Perissé, certamente ainda não viu “E foram, quase, felizes para sempre”, no Teatro Vanucci, no Shopping da Gávea, onde a atriz vive um monólogo com 13 personagens, sem nem trocar o figurino – lotado, todos os dias!
A peça, com texto de sua autoria, é do tipo que muda o estado de espírito de quem assiste: se você chega triste, sai alegre; se chega em baixa, sai em alta; se chega sem acreditar que 90 minutos de risada significa alguma coisa, pensa o oposto na saída. A atriz, o máximo em espontaneidade, quase como se estivesse na cozinha de casa, pela primeira vez sozinha no palco, vai seduzindo a plateia de minuto a minuto. São só as sensações de leigos que entendem apenas de responder quando perguntam: “E aí, que tal a peça da Heloisa?” e o outro diz: “Quase morri de rir”. Óbvio que isso não é uma crítica. Crítica faz quem tem competência para tal. Mas o fato é que todo mundo vai embora dali com uma certeza: não perder de vista Heloisa Perrisé – nunca mais! Leia sua pequena entrevista!
UMA LOUCURA: “Loucura é subir ao palco sozinha e fazer um monólogo!”
UMA ROUBADA: “Ir da Gávea para a Barra da Tijuca de carro às 6h da tarde”
UMA IDEIA FIXA: “Tenho ideia fixa em colocar em prática todas as minhas ideias. Além, claro, do meu programa, “Segunda dama”, que vai estrear na Globo já aprovado para a grade da emissora, tipo seriado. Com supervisão de Mauro Farias (marido de Heloísa) e supervisão de João Emanuel Carneiro“.
UM PORRE: “Tomo porres de vinho, bem frequentes, com meu marido. Com meu irmão também.”
UMA FRUSTRAÇÃO: “Frustração foi não ter conseguido montar meu monólogo a tempo de o meu pai me assistir. Ele morreu em maio do ano passado.”
UM APAGÃO: “Apagão foi mês passado (junho) quando esqueci o texto na apresentação do meu monólogo em Vitória! Tive que falar: ‘Galera esqueci!’ O público não sabia se era do texto ou não. Mas, no final, deu tudo certo. Na hora, pedi penico.”
UMA SÍNDROME: “Acho que tenho síndrome do pânico. E de gente mal humorada!”
UM MEDO: “Meu maior medo é de perder as pessoas que amo e não saber viver sem elas.”
UM DEFEITO: “Defeito é fazer milhares de coisas ao mesmo tempo, tudo-ao-mesmo-tempo-agora.”
UM DESPRAZER: “Desprazer é me deparar com a falta de humildade e o preconceito, ainda tão presentes nas pessoas. No mundo não tem mais lugar para quem se acha melhor que o outro. O que passa pela porta não é melhor do que aquele que a abre.”
UM INSUCESSO: “Quando tento dar conta de tudo, sem delegar funções: tudo mesmo, desde cantos com poeira até teia de aranha, até isso tento dominar. Meu marido também (o diretor Mauro Farias), claro, mas sou ciumenta sem ser possessiva. (Os dois estão juntos há 11 anos).”
UM IMPULSO: “Tenho o impulso de querer mudar a cor das minhas paredes, quebrar tudo e mudar a cara da minha casa toda vez que a rotina me incomoda.”
UMA PARANOIA: “Sou paranoica com dieta. Estou sempre às voltas com uma delas.Cada hora uma diferente, que alguém me ensina, ou que li em algum lugar. Quero sempre perder cinco quilos.”