Na contramão da Argentina e, mais recentemente, do Uruguai, países que aprovaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o Brasil, tido como um país supostamente tolerante, mostra bem que as coisas não são como a maioria acha. Prova disso é chegarmos ao ponto de ler e ouvir sobre a “Cura Gay”, proposta pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Marco Feliciano (PSC-SP). Ele chegou a fazer ameaças nesta quarta-feira (19/06): a bancada evangélica, formada por 80 deputados, pode adotar represálias caso o Governo interfira na votação sobre a matéria.
O projeto oferece “tratamento” para a homossexualidade, com base na Psicologia. Para aqueles que nunca imaginaram passar por tal situação, não é o caso de surpresas – se, como aconteceu em 1895, com o escritor Oscar Wilde, alguém for julgado e preso por razões ligadas à sexualidade. Vamos ver até aonde isso chega – aos outros países, certamente, a notícia está chegando. Estando no exterior, não se assuste ao dizer que é brasileiro e alguém comentar: “Brasil, o país da Cura Gay?”, ou algo do gênero. Vergonha? Existe e, às vezes, chega quando menos se espera!