O americano Woodrow Twight Frisbee é cirurgião há 30 anos; já cuidou de feridos em condições extremas, até nas guerras do Afeganistão e do Iraque. Mas, veio descobrir aqui, nas emergências dos maiores hospitais públicos do Rio, condições ideais para fazer uma reciclagem profissional.
Há duas semanas, Frisbee vem trocando experiências com médicos do Miguel Couto, Lourenço Jorge, Getúlio Vargas e Albert Schweitzer. E, como nas zonas de guerra, participou de atendimentos a vítimas da violência, acompanhando cirurgias em baleados.
Mas, observar situações comuns do dia-a-dia na cidade grande também tem sido enriquecedor. “Nos Estados Unidos, há médicos que não sabem abrir um paciente porque só estão acostumados a fazer cirurgia por vídeo”, disse Frisbee, que assistiu a cirurgias de apendicite e a emergências ortopédicas e cardíacas.
O intercâmbio faz parte de um programa entre a Secretaria Estadual de Saúde e a Universidade de Miami, na Flórida. Na primeira etapa, médicos e enfermeiros cariocas receberam treinamento nos Estados Unidos. Agora, a visita de Frisbee mostrou que, por mais desafiadora que seja a rotina de trabalho, sempre a algo a aprender.
“Quando íamos pensar em ter contato com um médico de guerra”, perguntou a cirurgiã Gabriela Pupo.