A morte da Clô Orozco, de 60 anos, dona das marcas Huis Clos e Maria Garcia, deixa muitos cariocas de luto. Ela era adorada por um grupo grande no Rio – pelo talento, pela elegância, pela classe.
Sua última estada na cidade carioca foi num almoço dado por Regina Martelli em homenagem a Paulo Borges, no fim do ano passado, na Delfim Moreira. A cariocada toda tinha sempre uma palavra, um carinho, um abraço para Clô.
Durante esse evento, uma convidada lembrava que a gentileza da estilista sempre foi tão grande com todos que, uma época, quando ela engordou, Clô fazia roupas sob medida para tirá-la da tristeza de não conseguir modelos bacanas por estar acima do peso, só pela amizade.
O corpo da estilista foi encontrado na manhã desta quinta-feira (28/03), em Higienopólis, São Paulo, por agentes do Corpo de Bombeiros, que recebeu um chamado ainda antes das 8h para atender uma mulher que caíra do 5º andar de um prédio na Rua Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil, um sobrinho da estilista disse que Clô fazia tratamento contra “esquizofrenia paranoide” e já tinha tentado suicídio outras três vezes, mas uma das melhores amigas de Clô calcula que tenha sido mais vezes. A morte será investigada pelo 4º Distrito Policial, na Consolação. No boletim de ocorrência, consta suicídio.
A Huis Clos, comandada pela estilista Sara Kawasaki desde 2008, tem três lojas na capital paulista e mais de 20 pontos de venda em lojas multimarcas no Brasil. Na última terça-feira (26/03), por exemplo, a marca Bianca Gibbon fez coquetel inaugurando a chegada da Maria Garcia, segunda marca de Orozco, a Ipanema.
Clô Orozco, que está no mercado da moda desde a década de 1970 e foi casada com Renato Kherlakian, dono da Zoomp, é o volume 2 da coleção Moda Brasileira, da editora Cosac Naify. Ali está registrado que o universo estético de Clô Orozco era feito de sonho, construção e feminilidade.