A que ponto chegamos! O morador de rua Zé Carlos foi assaltado no carnaval, enquanto deu um cochilo; quando acordou, em frente ao supermercado Zona Sul da Praça Santos Dumont, na Gávea, tinham levado seu carrinho, que usa como andador. Desde então, não consegue mais se locomover pelo bairro. Não achava arriscado dormir, em pleno dia, no meio da rua, deixando seu “patrimônio” ali.
De um lado, os pecados do ladrão; do outro, as virtudes da vítima, que não parece revoltado. Deve achar que é alguém que vive em condições piores que as suas. Zé Carlos anda com medo das chuvas de verão – de ser carregado por elas. Entre o risco e o riso, ambos tímidos, ele, talvez, espere por algum socorro!