Há muito se reclama sobre o descaso de médicos cariocas: seja na rede pública ou privada, muitos fazem vista grossa a casos importantes, no intuito de se livrarem de um trabalho mais cansativo. Foi o que aconteceu com Lucas Alves, de 15 anos, que nesse fim de semana deu entrada na emergência pediátrica do Rios D`Or, em Jacarepaguá, com dores na barriga. Foi liberado pela médica plantonista, mesmo em péssimo estado e com indicação de infecção no hemograma. A doutora diagnosticou apenas gastroenterite – uma inflamação gastrointestinal que seria resolvida com uma simples hidratação adequada.
Na manhã do outro dia, o menino voltou ao hospital em pior estado, direto para a área de adultos, e o novo médico, depois de examiná-lo como deveria ter sido feito, deu o diagnóstico correto: apendicite. Do primeiro atendimento à cirurgia no apêndice, foram quase 24 horas de espera, com uma infecção agravada e, logo, uma operação mais arriscada que o normal, pelo diagnóstico tardio. O menino é sobrinho da jornalista Julia Barroso, que também já passou por problema parecido: “Por conta da minha escoliose, quase morri por um plantão mal feito”, diz Julia, indignada.