É sabido que Ivo Pitanguy salvou inúmeras vidas, em sua maioria crianças, no incêndio do Gran Circo Norte-Americano, em Niterói, em 1961, o maior incêndio em recinto fechado já registrado no mundo, com 2.500 feridos e 500 mortos, à época, um jovem cirurgião. Antes disso, Pitanguy já havia criado o Serviço de Cirurgia da Santa Casa de Misericórdia do Rio, onde cuida principalmente de deformidades, sequelas de queimaduras, cirurgias reparadoras, enfim. O médico brasileiro já atendeu vítimas de casos de repercussão mundial como o piloto de Fórmula I Niki Lauda e o garoto italiano Ivan Locci.
Perguntado se receberia as vítimas mais graves da tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que aconteceu nesse domingo matando mais de 200 pessoas, Pitanguy respondeu: “O Rio Grande do Sul tem um alto nível de cirurgia reparadora, entre os melhores que existem, não vou me colocar diante dos outros, como se não estivessem capacitados, até porque estão”, afirma o médico.
E continua: “Evidentemente, terei o maior prazer em ajudar, sei que o dever de colaborar é intenso. Havendo casos com sequelas, aplacá-las, engrandeceria qualquer médico.”, diz o cirurgião. Ivo Pitanguy acha, pelo que viu na TV, que nesses casos, as vítimas morreram antes mesmo de estarem expostas às chamas. E finaliza: “Primeiro é preciso salvar a vida, depois as funções humanas.”