A humanidade vem buscando, através dos últimos séculos, mecanismos que a ajudem naquilo que a sociedade criou como meta de vida: a independência!
Segundo o dicionário Aurélio:
“- Estado ou condição do que ou de quem é independente; do que tem liberdade ou autonomia; caráter de quem rejeita qualquer sujeição; que procura recorrer só aos próprios meios; que se basta; diz-se daquilo que, embora sendo parte de um sistema, não tem ligação ou relação direta com outras partes do mesmo sistema.”
Ledo engano! Esquecemos que são as relações (ou conexões) que criam a vida! A essência da natureza está nas conexões ou relações, e a vida não é nada mais que uma probabilidade de conexões, pois a matéria não existe em lugares definidos – tem apenas a tendência, ou a probabilidade de existir.
Uma nota musical isolada não é nada; apenas quando conectada a outras, formam-se os acordes. E a duração e frequência desses acordes criam a melodia que nos embala. O mesmo acontece conosco.
Começamos a vida com uma forte conexão com nossos pais, já que, no ser humano, a dependência para a sobrevivência na infância é total (o Instinto de Autopreservação). À medida que crescemos, vamos esticando esse fio invisível e, paralelamente, construindo outro em direção aos amigos (desenvolvendo, assim, o Instinto Social). A necessidade de compartilhar nos empurra para mais um elo, o afetivo (ou Instinto Sexual).
Aí está o tripé básico para o desenvolvimento de uma teia energética que nos mantém firmes na organização da vida e na eterna luta da organização contra o caos ou entropia.
Nesse momento, o Instinto Social se ramifica, premido pela necessidade de manifestação do potencial, e criamos o vínculo profissional. Mais fios são fortemente estabelecidos com a chegada dos filhos, verdadeiras extensões do afeto, que já nos mostram a inexorabilidade do diferente. A necessidade de um aprofundamento em nossas origens nos leva a um credo, buscando a conexão com o ‘eu interno’.
Todos esses fios precisam ser nutridos para que possam expandir-se, já que cada um deles influencia a outra ponta à qual está conectado, criando assim a unidade ou a teia da vida. E qual o lugar da ‘independência’ nessa teia unificada? Na loucura, na ilusão ou na morte.