Para marcar os 30 anos de carreira, Zeca Pagodinho decidiu fazer um registro de sambas “classudos”, num DVD que teve uma plateia de convidados nessas terça e quarta-feiras (4 e 5/12), na Barra. O cantor gravou pela primeira vez, num trabalho seu, com Marisa Monte. Acompanhados apenas por Hamilton de Holanda e Yamandu Costa, eles cantaram “Preciso me encontrar”. A conhecida informalidade de Zeca não poupou Marisa: “Você ainda colocou salto alto – sacanagem! Mas o computador depois dá um jeito: diminui você ou me aumenta”, referindo-se à diferença de altura entre os dois. A cantora, linda num vestido de brilhos preto e branco e com uma palidez praticamente nórdica, parecia um tanto sem graça e não deu muitos sorrisos.
Outro dueto inédito foi com o também elegante Paulinho da Viola, que, acompanhado pela Velha Guarda da Portela, cantou “Foi um rio que passou em minha vida”. No entanto, coisa comum nesses eventos, problemas técnicos pararam a gravação por vários minutos. E Zeca, novamente com seu espírito brincalhão, apelou: “Bom, temos Padre Jorjão e Padre Omar na plateia, tem evangélico, macumbeiro… Não se preocupem, daqui a pouco dá tudo certo!”.
Quase ao final da gravação do DVD “Vida que segue” – em que todas as músicas foram repetidas pelo menos uma vez –, Zeca anuncia “Diz que fui por aí”: “É a música de hoje! Porque, quando acabar isso aqui, diz que fui por aí! Já avisei à patroa (a mulher Mônica) que, em casa, só depois de amanhã. À tarde!”.