Fosse vivo, Antônio Carlos Magalhães decretaria luto na Bahia, neste 25 de dezembro de 2012, pela morte de Dona Canô, sua grande amiga. A mãe de Maria Bethânia e Caetano Veloso (e mais quatro filhos biológicos e duas adotivas) tinha outros tantos amigos políticos, como o ex-presidente Lula e o atual governador baiano, Jaques Wagner. Porém seu amor por ACM era sabido – ele jamais deixou de participar de cada aniversário da amiga. Não por outra razão, comenta um soteropolitano: “Sua amizade com os políticos só demonstrava que sempre conseguiu ver, acima de tudo, o lado bom de cada pessoa”.
Dona Canô sempre foi um grande personagem, há muito, além das dimensões baianas. Em entrevistas, dizia não entender sua fama; talvez, no fundo, entendesse, sim. No íntimo, devia compreender que todos reconheciam que, só por ter dado ao Brasil os grandes artistas que deu, já merecia muitas reverências. Quem não tem um momento importante da vida pontuado por uma música de Caetano Veloso? Sem levar em conta suas inúmeras qualidades, desconhecidas da grande maioria, mas conhecidas dos moradores locais, como tentar melhorar a cidade e dar atenção a cada um dos que ali viviam, com seu jeito acolhedor e sereno.
Claudionor Viana Teles Veloso morreu aos 105 anos, depois de sofrer um ataque isquêmico cerebral, na manhã desta terça-feira (25), em sua casa, em Santo Amaro da Purificação, no interior do Estado, depois de passar a noite de Natal em casa, com os filhos.