Ser referência de beleza e talento aos 50 anos é para poucas! Dentro desse privilegiado padrão, dando banho em muitas “menininhas”, está Paula Toller, que diz nunca ter feito nenhuma plástica e desconhecer até uma seringa com Botox. “São hábitos de atleta. Tenho diabetes tipo 1 e preciso manter os carboidratos sob controle; isso ajuda a manter o peso. Fico feliz que as pessoas me achem bonita – meu lado Sherazade agradece! O biótipo camponesa-alemã-tupiniquim também colabora com a boa estrutura e boa resistência”, diz a cantora.
Paula encerra temporada da turnê “30 anos” do Kid Abelha, ao lado dos companheiros de banda, Bruno Fortunato e George Israel, nestes sábado e domingo (15 e 16/12), no Citibank Hall, na Barra. Ela nem consegue somar quantas apresentações já fizeram: “Foi um montão de shows! Porque, na verdade, foram duas turnês emendadas, a “Glitter de principiante” e a dos 30 anos. Estamos na estrada desde setembro de 2010”.
Depois da apresentação no Rio, Paula segue com a banda para Salvador, Recife e Florianópolis; mas, em 2013, o ritmo vai ser outro. “Vamos parar um pouco e desenvolver projetos pessoais. Quero me concentrar, escrever muito e gravar um disco”, diz, já que, durante a turnê, se dedica apenas aos shows. “Só penso em descansar e me preparar para o show seguinte. E, nas horas vagas, relaxo, vejo os amigos, fico em casa de molho e aproveito para malhar porque não gosto de malhar em hotel”. Leia sua entrevista:
UMA LOUCURA: “Loucura é a minha paciência, que chega a ser insana. Fui desenvolvendo com o tempo, com análise, com corpo-análise, com a vida… enfim, com vários métodos. Paciência é um tipo de amor.”
UMA ROUBADA: “Engarrafamento é uma roubada. Eu sou “flaneuse”, gosto de dirigir para refletir, ter ideias. Ficar parada não rende nada.”
UM PORRE: “Acho um porre conversar com entrevistadores que não prestam atenção no que você diz e ficam pensando na pergunta seguinte. Com a experiência, vamos sempre escolhendo os melhores e tendo papos agradáveis e interessantes.”
UMA FRUSTRAÇÃO: “Minha frustração é não tocar violão e… tocar violão! A frustração é a mesma, fico sempre na dúvida se devo ou não insistir; mas já fiz músicas legais, tocando bem mal. Na minha cabeça, no meu ouvido interno, eu toco muito bem; já, no externo… Felizmente eu vivo entre músicos muito talentosos.”
UM APAGÃO: “No meio de um show, pode acontecer de uma distração interromper o fluxo musical, e a gente esquecer um pedaço da letra. Quando isso acontece, às vezes dura um segundo, às vezes, dois. Uma vez, num show em homenagem ao Cazuza, na Apoteose, tive um tilt e esqueci durante vários minutos – deu branco e, simplesmente, não consegui retomar. Nunca mais aconteceu.”
UMA SÍNDROME: “O Brasil tem a “Síndrome do Maracanã“: tudo é medido em maracanãs.”
UM INSUCESSO: “Insucesso é tentar dormir sem ver televisão. Impossível.”
UM IMPULSO: “Tenho impulso em ouvir a conversa dos outros quando percebo que estão falando coisas importantes sobre a vida. Morro de vontade de dar palpite. É uma espécie de espírito de fila, de quitanda, um hábito carioca.”
UM MEDO: “Tenho medo de barata. A barata é o único ser vivo que, em vez de fugir da gente, vem de encontro – é apavorante.”
UMA IDEIA FIXA: “Desde pequena, eu queria ser artista – enrolava-me em lençóis, fingia que eram vestidos de baile, cantava pelos corredores por causa da reverberação que embelezava a voz, imitava os cantores de sucesso, imitava as poses das modelos. O dia mais feliz da minha infância foi uma festa de fim de ano do ballet, no palco do Canecão – imagine que momento esplendoroso! Na hora em que a mãe de uma amiga estava maquiando meu rosto, tive uma epifania.”
UM DEFEITO: “Não sei quais são, mas o Lui (marido de Paula) sabe muito bem. Meus defeitos estão em boas mãos.”
UM DESPRAZER: “Um desprazer é o comércio fechado, não necessariamente para comprar; mas o movimento, as pessoas andando, os carros, barcos, aviões, tudo isso me agrada. Gosto dos dias úteis.”