Imagine, primeiro, o cérebro como um computador. Desde a vida intrauterina, ele vem recebendo uma programação através das impressões que absorve da mãe. Logo ao nascer, uma imensa quantidade de informações o invade através dos receptores das células nervosas – impressões essas, muitas vezes decodificadas de formas diferentes ou distorcidas pela natureza individual. O computador interno vai sendo programado com boas e más informações, gravadas definitivamente nos neurônios.
A partir da adolescência, com a capacidade de armazenamento esgotada, aumentam os conflitos e, através da química cerebral e dos hormônios modificados, nosso computador passa apenas a reagir “impulsivamente” ao exterior, com as impressões recebidas. As novas informações que adquire, por falta de espaço, vão para um outro compartimento: a memória.
Dentre as informações anteriormente gravadas nos neurônios, grande parte são negativas ou destrutivas, outras resultantes de acontecimentos desagradáveis reais, e muitas outras distorcidas pela falta de compreensão de fatos naturais, que provocaram e ainda provocam medo. Esse conjunto de informações, normalmente incorporadas como verdades, é organizado pelo processador mental como uma “fórmula de ajuda” para a realização de nossos desejos.
Em algum momento, parece funcionar e pensamos: “Aí está, encontrei a forma correta de me conduzir no mundo para conseguir o que quero!” Acomodados, generalizamos o processo e passamos a usar a mesma fórmula em todos os acontecimentos, sem nunca mais questioná-la.
Alguns percebem pelos resultados negativos, que algo está errado, se dedicam a modificá-la e conseguem um resultado animador. Outras fórmulas, apesar de modificadas infinitas vezes, produzem sempre o mesmo resultado desanimador. Um pouco mais de atenção nos revelaria que a razão do resultado negativo está nos ingredientes, nas “verdades reunidas”, nos “sistemas de crenças” que produziram a fórmula, e não a sua organização.
As crenças são a origem de nossas fórmulas de comportamento, daí a necessidade de questioná-las. Com elas, desenvolvemos vários hábitos de defesa, ou padrões de comportamento, construídos com a finalidade de alcançar nossos objetivos ou interagir com pessoas que nos ameaçam de diversas maneiras, sem nunca nos darmos um tempo para corrigi-los. Desta forma, usando os mesmos padrões de comportamento vamos nos repetindo, cometendo os mesmos erros (ainda que com disfarces diferentes) e vivendo situações negativas, sucessivamente.
Para alguns o sofrimento, a infelicidade, o lamento, são um ‘vício’ (resultado da química orgânica), que pode encontrar excelentes justificativas físicas, familiares, sociais e espirituais. Outros desejam castigar terceiros com sua dor para que os culpados sofram: é a sede de vingança. Será que vale a pena…?
“Somos energia pura! O mundo externo é apenas o reflexo do mundo interno, individual e coletivo”. – Einstein. Mas um véu foi colocado sobre nossos olhos há muito tempo atrás, e ficamos cegos , surdos e mudos.