Por Claudia Chaves
Dois espetáculos em cartaz retomam a tradição do Rio de fazer teatro: homens vestidos de mulher, piadas, paródias, músicas, dança. Interação com a plateia. Atores que descem do palco, se sentam no colo dos espectadores. É carnaval, é teatro de revista, é musical.. Anarquia. Total escracho.
A primeira peça, Bandália traz uma reencenação do grupo Dzi Croquettes, capitenaeados por Ciro Barcellos, remanescente do grupo. Ciro, também encenador, vive com doze jovens bailarinos em uma comunidade , uma garagem abandonada. Sem contar uma história, são flashes de suas próprias vidas: prostituição, encenação, ensaios. Tudo isso com números de dança, extremamente bem realizados , cujo ponto alto é a dança flamenca, com Ciro de Carmen, rodeado pelos jovens toureiros.
Bandália , da mesma forma que no original Dzi Croquettes, é paródia do teatro de revista, com a linha do coro formado pelos bailarinos, jovens, sarados, seminus, lindos. E ao final, a volta de outro integrante do grupo original: Bayard Tonelli, deslumbrante, desce as escadas, declama e se vai.
Gozados, com Luis Salem e Stella Miranda traz o estilo do besteirol, dos pockets shows que misturam paródias de músicas conhecidas para criticar temas da atualidade. Personagens como a cantora Amy Winehouse, o bissexual que entrou no armário, a mulher rica, a baiana cansada, Ana Maria Braga e o Louro José servem para demolir o politicamente correto, a preparação para a Copa do Mundo. Tudo com muito, mas muito humor e mordacidade.
Bandália, espetáculo que refaz o emblemático grupo dos anos 70 Dzi Croquettes, e Gozados, com os emblemáticos Luiz Salem e Stella Miranda do besteirol anos 80, refazem aquilo em que a dramaturgia carioca da gema tem em sua raiz: muito humor, diversão e interação com a plateia.
Dzi Croquettes em Bandália: Teatro do Leblon
Gozados, com Luis Salem e Stella Miranda: Teatro dos Quatro