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Festa para o DJ e produtor cultural Rodrigo Penna é coisa séria: ele trata o assunto com o corpo e o espírito igualmente empenhados. Basta dizer que o cara é o criador do Bailinho, a festa mais famosa, mais animada, mais bacana do Brasil, sempre com clima em alta e gente chata em baixa, o que já o credencia a dar dicas de como criar uma noitada como só ele sabe. O que pode faltar e o que deve sobrar, Rodrigo sabe também. Ao contrário desses organizadores-amadores, Rodrigo não pensa primeiro no dinheiro, de jeito nenhum! Sempre com temas e atrações diferentes, a regra é: cada festa é uma festa; exatamente por isso que, pra muita gente, não dá pra perder nenhuma edição. Agora com o recém-inaugurado Barzinho, na Lapa, em sociedade com Fábio Batistella, Penna mostra que da-noite-carioca ele entende mais do que ninguém. É Bailinho, é Barzinho, vamos esperar o próximo “inho”. Veja as dicas pra fazer uma festa bombar:
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Primeiro pensar no público, e não no bolso
Banheiro parecendo rodoviária, bar improvisado como botequim de estrada, lotação acima do limite, gente espremida… Nem pensar!
Tocar pra si mesmo? Nem pensar
É preciso que o DJ toque pro público, e não pra si mesmo ou pra namorada, como acontece muito por aí. Tem que pensar na pista. DJ tocando de óculos escuros, por exemplo, é chato!
Abaixo a equipe travada
Festa é pra celebrar – desde o convite, que não pode ser soturno, até a iluminação. A equipe jamais pode ser tensa ou travada. Já vi muitas vezes pessoas da equipe que tratam as pessoas como se elas fossem inconvenientes: isso é péssimo! Todo mundo está lá pra curtir.
Público democrático
Não pode ter só moderninho, cabecinha Zona Sul, senão vira uma “festa carão”. O Bailinho nasceu pra quebrar o carão: é mais livre, misturado. Tem que ter galera do morro e do asfalto.
Falando a mesma língua
Sugiro ainda um bom promotor de eventos, uma boa assessoria de imprensa e cuidado com as pessoas que vendem os ingressos. Todos têm que falar a língua da festa, ou seja, todas as instâncias da divulgação têm que dialogar entre si. Quanto às redes sociais, é preciso uma linguagem personalizada.
Inusitado
Quando o Bailinho nasceu, há cinco anos, existia um boom de festas na cidade; quase todas acabaram. Sempre penso num brinde diferente, num repertório inusitado, num drinque personalizado, enfim… numa atração no meio da festa, pequenas surpresas que tragam frescor. Não pode ter cara de festa de ontem. Maquiador e cabeleireiro, por exemplo, já foi!
Estilo e carinho
Faço questão de ter mulheres gostosas, gente estilosa e bichas carinhosas (são aquelas que estão sempre sorrindo e que contagiam todo mundo a sua volta).
Lugar com horizonte
O local é muito importante. O Rio anda carente, já que tem sempre gente querendo fazer evento. E, de um ano pra cá, anda tudo muito mais caro. Qualquer porcaria hoje cresceu o olho. Até festa numa quadra de comunidade só vão querer te “bucar” pra dezembro do ano que vem. Desde alugar um apartamento a alugar um gerador, tudo aumentou de preço em pelo menos 100%. Se o Bailinho, por exemplo, não fosse a vitrine do Brasil, já seria inviável. Faço questão ainda que a festa seja sempre num lugar que tenha horizonte, amplitude, personalidade e o espírito do Rio. Não é fácil agradar ao carioca, sempre mimado, exigente e o mais cri-cri do Brasil: quer tudo e reclama de tudo!
Festas temáticas
É bacana a festa ter um tema, um gancho, um porquê e, de preferência, ter a ver com o inusitado. Minhas festas são sempre temáticas – crio curiosidade nas pessoas. Contexto vira pretexto pro público. É como dizer: “Você vai perder essa? Não vai ter outra igual…” E não vai mesmo!
Amar o que faz
Amar profundamente o que você faz, ser inteiro, se jogar mesmo. Tenho paixão pela minha festa. A próxima é sempre a mais importante. No meu caso, no dia em que ser ator virou apenas compromisso, larguei. Muitas vezes acordo no meio da noite para ter uma ideia. Só dá pra trabalhar com tesão.