Copacabana é, de fato, um palco que dispensa apresentações. Mas, quem diria, um filme mudo da década de 20 ia causar tanta mobilização e comoção popular! Foi assim nessa quinta-feira (04/10), na abertura do Cinema na Praia no Festival do Rio. Seguramente, mais de mil pessoas, de todas as idades e classes sociais, se sentaram nas areias de Copacabana para assistir a The Pleasure Garden (1925), primeiro filme de Alfred Hitchcock, restaurado pela British Film Institute.
O filme, mudo, teve a trilha executada pela Orquestra Sinfônica Jovem e regida pelo maestro britânico Christopher Austin, do compositor Daniel Patrick Cohen, de apenas 24 anos. Silvio Guindane foi o anfitrião, ao lado de representantes do Consulado britânico. “Eu hoje me lembro da época em que eu sentava nessa areia para assistir a um filme” – relembra o ator a época em que o cinema na praia era mais comum, e como é importante a volta desse movimento cultural.
Foi impressionante: quem levantou a cabeça para ver o telão no alto se surpreendeu 75 minutos depois, ao perceber como a areia foi tomada pelo público. A música transportou todos para o filme, que, por ser mudo, tinha importância em cada segundo, e uma simples distração poderia fazer o filme perder todo o sentido. Até mesmo o vendedor ambulante, que arrancou risadas do público ao anunciar seus produtos em meio ao silêncio inicial, sentiu que era a hora de parar e assistir. Um verdadeiro show na areia de Copacabana, que deixa clara a sede do carioca por eventos culturais.
SERVIÇO:
05/10 sexta-feira 20h – 007 – Contra o satânico Dr. No (de Terence Young)
06/10 sábado 19h – 31 Minutos
06/10 sábado 20h – O Palhaço (de Selton Mello)
07/10 domingo 20h – RIO (de Carlos Saldanha)