Por mais que o coração ainda grite no peito e os olhos (cada vez mais azuis) fiquem molhados, desde a perda do filho Rafael Mascarenhas, Cissa Guimarães segue na vida com a força e o talento habituais. Talvez fosse mais confortável posar de vítima, ficar casada com o luto, como muitos fazem, mas isso não é a cara dela. Seu sofrimento foi e é assunto nacional, mas a atriz mantém a agenda de trabalho: com o teatro, com o programa na TV e logo, logo com “Salve Jorge”, nova novela das 9, de Gloria Perez, que sucede à “Avenida Brasil”.
Certamente, dá uma amenizada em tudo, além de que, Cissa sempre foi espiritualizada, mais ainda depois do acidente. “Me transformei em outra pessoa desde aquele dia (20 de julho de 2010) e mantenho uma conexão com meu filho, sinto o Rafa perto de mim. Apesar disso, meu coração anda de muletas, sou aleijada. Mas sei que o tempo é meu maior aliado”, diz ela.
Cissa conta que foi uma grande emoção ver Gilberto Gil usar, durante show em Milão, na Itália, no aniversário de dois anos da morte de Rafael (último dia 20), uma camiseta estampada com a foto do Rafa.
A intenção aqui hoje é, principalmente, lembrar que a peça “Doidas e Santas”, que tem Cissa como protagonista (texto da jornalista Martha Medeiros), no Teatro Vanucci, no Shopping da Gávea, está nas últimas semanas, com mais de dois anos de casa lotada, seguindo para São Paulo só no ano que vem. Saiba mais um pouquinho mais sobre Cissa Guimarães nesta entrevista:
UMA LOUCURA – “Foi uma loucura morar dois meses no Havaí, em 2004, por uma paixão.”
UMA ROUBADA – “Ir à dermatologista na Barra, às 6 da tarde, é uma roubada, pelo trânsito, Tive que trocar de dermatologista.”
UMA IDEIA FIXA – “Tenho ideia fixa no processo do meu filho Rafael. Técio (Técio Lins e Silva e advogado do caso) entrou com um recurso pra que o julgamento seja pelo júri popular, tenho esperanças”. Segundo decisão do juiz Jorge Luiz Le Cocq, a acusação de homicídio doloso (quando há intenção de matar) foi alterada no mês passado para homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
UM PORRE – “Gente chata é um porre.”
UMA FRUSTRAÇÃO – “Minha maior frustração é não ter aprendido a tocar um instrumento.”
UM APAGÃO – “O pior apagão é entrar em cena e dar um branco; me aconteceu recentemente. Tive que inventar e dar um jeito de continuar.”
UMA SÍNDROME – “Tenho síndrome com alimentação. Resolvi cuidar muito da minha saúde, até pra poder me descuidar de vem em quando.”
UM MEDO – “Não tenho mais medo de nada na vida. Já me aconteceu a pior dor do mundo, que foi perder um filho. Agora, só tenho medo que as pessoas que eu amo sofram.”
UM DEFEITO – “Sou muito impulsiva: falo o que acho, e as pessoas nem sempre querem ouvir a verdade. Reajo muito rápido, minhas reações não passam pela razão, no falar e no fazer.”
UM DESPRAZER – “Desprazer é ter de fazer o que não se gosta. Isso é cada vez mais raro pra mim. Acordar muito cedo está entre eles. Se a pergunta fosse sobre prazer, eu citaria o meu programa ‘Viver com fé’ (no GNT), porque é lindo e me faz bem.”
UM INSUCESSO – “Já tive vários insucessos, mas prefiro lembrar os sucessos, por exemplo, a peça “Doidas e Santas”, há dois anos e quatro meses em cartaz.”
UM IMPULSO – “Tenho o impulso de abraçar – encontro as pessoas e saio dando abraços.”
UMA PARANOIA – “Cortar o meu cabelo – tenho um medo danado.”