Claudia Calirman, a nossa carioca das artes em Nova York, lançou, nessa terça-feira (14/08), o livro de sua autoria “Arte Brasileira sob a Ditadura Militar: Antonio Manuel, Artur Barrio e Cildo Meireles”, na galeria Luciana Caravello, em Ipanema, completamente lotada. Claudia, que vive na cidade americana desde 1989, quando se mudou pra lá, aos 26 anos, sabia muito bem o que queria. Transformou-se em doutora em História da Arte, transformou-se em guia para turistas no MoMA, transformou-se em curadora e professora, transformou-se em personagem importante para todo e qualquer brasileiro que chega àquela cidade, com interesses nessa área.
Paralelamente a isso, Calirman dedicou exatos 10 anos à pesquisa desse livro, que investiga as linguagens desses três artistas durante a repressão (de 1968 a 1975), com ajuda do crítico Frederico Morais. O título original é “Brazilian art under dictatorship: Antonio Manuel, Artur Barrio and Cildo Meirelles”, e não foi traduzido para o português; ainda assim, os 80 exemplares acabaram logo no começo do evento.
Enquanto Claudia recebia ao lado do marido americano, Joe Friedman, uma amiga concluía que, se nada desse certo em sua vida nos Estados Unidos, de fome ela jamais morreria: ele é dono de uma rede de supermercados. Ali circularam de Antonio Dias a Evangelina Seiler, de Israel Klabin aos novos namorados Roberto d’Ávila e Toia Lemann, e um mundo de gente das artes plásticas: críticos, pintores, curadores, simpatizantes etc. Claudia mantém os laços com todos que circulam por sua vida – laços largos, estreitos, novos ou antigos. Pra ela, tudo é tão inesquecível quanto as lembranças da Ditadura para quem viveu essa época!