O Rio anda mais seguro a certa hora da noite: mais ou menos entre as 21 e as 22h30, seja na Zona Norte, seja na Zona Sul, seja em qualquer zona. Não podemos dizer que seja exatamente pela eficiência da polícia carioca; não nesse caso. A razão e fato é que “Avenida Brasil” vem mobilizando praticamente a cidade de ponta a ponta!
E nesse mesmo horário, nos bares, botecos e restaurantes que têm televisão, existe sempre um aglomerado de pessoas atentas à novela das 9 da Globo, de João Emanuel Carneiro. O fotógrafo Bruno Ryfer, por exemplo, comenta: “O melhor momento pra sair de casa é na hora dessa novela – não tem trânsito, dá pra sair do caixa eletrônico contando dinheiro, sem medo de ser assaltado”! Enquanto isso, a consultora de moda Vera Bocayuva, comenta: “No meu quarteirão, Rua José Linhares, quadra da praia, no Leblon, não passa quase nenhum carro, escuto (nos intervalos) o silêncio da noite”; e completa, dizendo que não se lembra de isso jamais ter acontecido. Nas academias de ginástica, ficam sempre grupinhos de alunos na frente dos aparelhos de TV.
Pelo visto, não é só no Rio: olha a opinião do músico paulista Roberto de Carvalho: “É um fenômeno sem precedentes: primeira novela a que assisto na vida”. Tudo bem que, na trilha sonora, tenha a música “Reza”, de Rita Lee, mulher de Roberto, mas ele jura que não é por isso, de jeito nenhum! Não precisaria ficar plantado na frente da TV por essa razão!
Pode-se observar que, até em lugares muito frequentados a qualquer hora, como o famoso Baixo Gávea, por exemplo, veem-se apenas uns poucos assíduos. O mesmo acontece com o Baixo Leblon. Vá a um shopping: praticamente, vazio! Não é hora também para telefonemas – ninguém quer bater papo nesse horário. Nas redes sociais, todo mundo vive a comentar sobre os personagens principais, como Tufão, Nina e Carminha; mas só nos intervalos, que fique claro! Quando os capítulos voltam, o povo some de novo! Tente marcar um programinha com qualquer pessoa, independentemente da classe social: a chance de ouvir “só depois da novela” é grande! “Oi, oi, oi”!