A homenagem que o jornalista e escritor Zuenir Ventura fez ao amigo Vladimir Herzog, morto pela Ditadura Militar, lotou o auditório principal do Midrash Centro Cultural, no Leblon, nessa segunda-feira (25/06). Havia gente no segundo andar e até na recepção, onde foi instalado um telão para reproduzir a palestra. Herzog, que trabalhou com Zuenir, faria 75 anos no próximo dia 27.
Logo de início, foi lida a declaração em que Ivo Herzog, filho de Vladimir, pede ao Governo o reconhecimento da morte do pai pela Ditadura – e não como suicídio, conforme ainda consta na certidão de óbito e nos papéis oficiais. Para Zuenir, a morte foi um equívoco: “Ele era apenas um excelente jornalista, preocupado com os rumos do país naquele momento, e nem do Partido Comunista fazia parte.” E completa: “Mas a morte dele não foi em vão: ele foi um mártir da ditadura”.
Na plateia, Flávio Tavares, um ex-torturado, disse: “Mesmo que Herzog tivesse se suicidado, ainda assim, isso seria um assassinato, porque quem passa por tortura muitas vezes não vê outra saída. A tortura é maior que a vida, é maior que a morte.” Quanto a Zuenir, foi aplaudidíssimo e, ao fim da palestra, autografou seu novo livro, “Sagrada Família”, que será lançado na Flip, em Paraty.