Por Ary Alonso Millan
Coaching de Consciência (antropologia+nanotecnologia)
As liberdades adquiridas pela mulher, nos últimos cem anos, fizeram com que homens e mulheres estabelecessem novos parâmetros nas relações. Agora, a aproximação é muito rápida e não segue mais o que seria o curso natural de envolvimento: conhecimento, amizade/companheirismo, cumplicidade e, finalmente, a intimidade.
Na vida de hoje, o negócio é cortar o papo furado: “Vamos? Vamos…”. O objetivo é aproveitar o aqui e o agora. Todo mundo quer gozar e, de preferência, rápido. Algumas preliminares são o suficiente para testar o tesão e fingir afeto.
Tratamos a vida como viciados em cocaína: o que importa é a onda. Pensar em consequências, como desvalorização e falta de respeito por si mesma, ninguém tem tempo para isso. Como disse uma aluna nesta última sexta-feira, “a gente sempre espera que o sapo vire príncipe”.
A explicação sociológica para tanta criancice vem do fato de que a mulher brasileira, com especial ênfase para a carioca, não aprende a conhecer jogo masculino na adolescência. Falta a experiência que as americanas e europeias têm quando trabalham como garçonetes na juventude.
Mais do que uma vivência profissional, a mulher aprende a reconhecer o tipo de caráter que ela quer ao seu lado. No modelo tupiniquim, forçamos intimidades familiares com pouco tempo de relação, porque já existe o envolvimento sexual na absoluta ignorância da realidade do outro.
Assim, tratamos de apresentar logo para os familiares, especialmente filhos e mães, para estabelecer o que chamamos de “relacionamento sério”, seja lá o que isso signifique, apenas para que ninguém se sinta superficial. O fato é que precisa ser muito arrogante e prepotente para ser boazinha ou compreensiva. Depois, a princesa fica analisando e pensando que o sapo bem que podia virar príncipe.
A ciência já sabe que a nossa realidade ou quem está a nossa volta, na verdade, são só representações e reflexos do que temos dentro de nós mesmos. Lembre-se disso antes de beijar o próximo sapo; depois dá um trabalho danado pra se livrar dele.
Cuide da causa e controle o efeito.
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