Quando um amigo da jornalista e consultora de moda Regina Martelli é perguntado qual a principal qualidade dela, a primeira coisa que respondem é a sua generosidade – todos percebem e comentam o assunto. A segunda característica que mais chama atenção é seu lado anfitrião – não há, entre aqueles que frequentam suas festas (poucas e boas), quem não perceba. Martelli é, ainda, muito sincera, sem falar na elegância – e não poderia ser diferente, sendo ela responsável pelo visual dos apresentadores da Rede Globo. Talvez seja uma das poucas mulheres, entre todas as gerações, que está sempre de pele seca no maior dos verões brasileiros: o do Rio. Como diz uma colega de trabalho: “A impressão que dá é que Regina Martelli não sabe o que é suor, nem na academia”. Sempre segura dos seus pontos de vista, essa carioca nascida em Copacabana costuma falar tudo o que pensa, tanto com segurança quanto com bom humor, começando por debochar de si mesma, o que poucos conseguem com tanta graça. Casada com o empresário João Elísio Ferraz de Campos (ex-governador do Paraná e empresário da área de seguros), ela se muda nos próximos meses de uma rua interna de Ipanema para a Avenida Delfim Moreira, onde vai se instalar num dos prédios mais bonitos do Rio.
UMA LOUCURA – Que vida insípida de emoções: nunca fiz uma loucura. Isso pode ser considerado uma frustração. Não gosto de mexer no meu cotidiano. O que pode ser considerado uma loucura hoje?
UMA ROUBADA – Ir à praia domingo no Rio: muita confusão, muita gente. Fico tensa com o que acontece em volta. Praia é para relaxar.
UMA IDEIA FIXA – Adoro viajar, porque é uma coisa muito boa e sempre um desafio – chegar ao destino é muito bom e voltar pra casa é ainda melhor. Viajo no máximo 20 dias, mais do que isso, não aguento.
UM PORRE – Música eletrônica é um porre; pessoas que ligam e não perguntam se você pode falar é um porre; gente que fala alto é um porre. Essa tendência de se preocupar com o politicamente correto também é um porre.
UMA FRUSTRAÇÃO – Não conseguir falar inglês para ser divertida, engraçada: falo o que sei, e não o que quero.
UM APAGÃO – Os apagões são tão frequentes, cada vez pior… Tô pensando em fazer um curso de memorização: tenho mais apagão do que a Light.
UMA SÍNDROME – O que é síndrome?
UM MEDO – Tenho medo de avião. A sensação é que vai cair em 5 minutos. Fico tensa pra Europa ou pro Piauí! Mas vou igual: animada!
UM DEFEITO – Vou ter que escolher um deles, fica difícil… Precaução é o maior. Aprender a lidar com tecnologia, com aquilo que não domino.
UM DESPRAZER – Só o de conviver com pessoas não generosas: a mesquinharia me incomoda.
UM INSUCESSO – Minha tentativa de aprender línguas. Um esforço tardio para dominar as novas tecnologias, o que às vezes resulta em insucessos e desistências.
UM IMPULSO – Comprar: eu não resito. Talvez por isso mesmo viva sempre trocando.
UMA PARANOIA – Quando começa a tempestade, sempre acho que vai cair na minha cabeça. Se for madrugada, sempre acho que vai ser na minha cama. Isso em plena Ipanema. Até pareço uma pessoa do interior, e nasci em Copacabana, sou muito urbana. Para se ter uma ideia, vim conhecer uma vaca (de quatro pernas) aos 5 anos.