Por Ary Alonso (Coach espiritual/cabalista)
Desde que me entendo por gente, as pessoas de bem tratavam assuntos policiais como pertinentes apenas à polícia e aos bandidos. Durante as décadas de sessenta, setenta e até oitenta, ninguém que tivesse boa educação e boa formação se interessava pela vida de marginais. Hoje em dia, respeito e polidez estão em desuso, assim como não existem mais exemplos de personalidades públicas para seguirmos ou admirarmos.
É normal, por exemplo, um político assumir o maior posto do Executivo com um patrimônio de quatrocentos mil reais – sim, eu me lembro – e sair sem ter que dar satisfações a ninguém. Mais do que o mau gosto, estamos vivendo a era da canalhice. Mas quem se importa? Nada mais natural que as empresas de comunicação jornalística usem seu tempo disponível para promover a história de todo tipo de bandido. Afinal, seu dever é comunicar os fatos, mesmo que nojentos. Assim, ficamos conhecendo a mãe e a trajetória de qualquer arremedo de gente, na falta de coisa melhor. Os dirigentes desconhecem a responsabilidade social que as emissoras têm. O importante é manter a população aterrorizada e com sentimento de vítima, já que isso garante altos índices de audiência.
Sem falar na repetição, porque as notícias passam em programas jornalísticos, de variedades, de cozinha ou qualquer bobagem a que os pobres coitados assistem, especialmente pela manhã. Em qualquer lugar da cidade, imitando Havana, podemos encontrar uma boa televisão dando notícias imprescindíveis para a vida do cidadão. Aqui é terra do “salve-se quem puder”.
Com esse trabalho espetacular, a cada dia encontramos mais pessoas que só sabem se queixar da vida e reclamar de tudo, menos dos seus direitos civis ou comerciais. São os chatos de plantão, que adoram uma doença alheia, fingindo que prestam solidariedade, mas, de fato, se regozijam de ver que estão num lugar superior ao de quem está sofrendo. Seja seletivo com o que assiste e escuta para que coisas semelhantes não aconteçam na sua vida. Cuide da causa e controle o efeito.
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