Yvonne Bezerra de Mello, fundadora do projeto Uerê, que cuida de 470 crianças com traumas de violência, causou repercussão no Facebook, nessa terça-feira (15/02), falando sobre “civilidade”. Para quem não sabe o que significa (muita gente faz parte desse clube), é o respeito pelas normas de convívio entre os membros de uma sociedade. Ela critica o carioca, dizendo que os moradores da cidade são mal-educados e que o lixo toma conta dos bairros e ruas. “O Centro da cidade é nojento. As favelas reproduzem a sociedade organizada, que comete pequenas infrações o tempo todo, jogando coisas pela janela do carro, urina na rua etc. Acho o carioca um povo sujo, mal-educado. Pagar taxas não os isenta da má educação para respeitar a coisa pública”, diz, revoltada.
Fala, ainda, que, se a Prefeitura não faz, o povo não cobra e nada acontece. “O Egito deveria servir de exemplo de como agir: ir para as ruas e exigir. Nisso também somos abaixo da crítica”. O texto serviu de incentivo para muitos comentários parecidos, inclusive do advogado Theotonio Chermont de Britto, que fez uma crítica avassaladora: “Desistam de educar esse povo de quinto mundo que aqui habita! (inclusive a elite!). A questão é cultural e não vai mudar, infelizmente. E ainda incentivam essa quantidade boçal de blocos de rua para tornar a cidade mais fétida e imunda. Fazer o quê?”. O fato é que esse assunto vem e vai ao sabor das estações sejam elas quais forem. Como dito em artigo assinado por mim, Lu Lacerda, em O Globo (de outubro de 2010), seja Zona Norte ou Zona Sul, é tudo uma zona. Há uma esperança: o prefeito Eduardo Paes já disse estar atento ao assunto.