Ary Alonso (Coach espiritual/cabalista)
Uma maravilha, coisa de gente muito evoluída, o cinema em 3D no Complexo do Alemão. Aliás, devíamos mudar esse nome e ter mais respeito, porque os alemães são gente muito civilizada.
A verdade é que quanto mais melhoramos as condições de vida nas favelas, menos vontade ou razão, os favelados têm para sair de lá.
Imaginam que são vítimas dos ricos e que esses devem dividir o que ganharam com quem não quer fazer nenhum esforço para mudar de vida. Afinal, são pobres coitados e assim devem permanecer.
Claro, quem mora na Vieira Souto ou em palácios não quer mais gente disputando espaço. Então, tratamos de ensiná-los a permanecer nos seus devidos lugares, com um pouco mais de conforto. Mas e os princípios: aprimorar-se, educar-se e evoluir? Que se lixem! O importante é ter uma TV de plasma ou cinema 3D, mesmo que seja no gueto.
Melhor ainda: a moda é explorar a desgraça alheia na mídia. Escolhem um ou outro afortunado para ser premiado e, assim, restar uma esperança aos que ficam.
Os que são arremedo de apresentadores copiam os políticos e vice-versa. No final, pelo menos por aqui, na terra da mentira, dá no mesmo: políticos e apresentadores de TV são apenas presepeiros.
De fato, a busca pelo melhor é uma coisa desconhecida da maioria de nós; aceitamos paliativos como se fosse solução. O resultado é que vivemos socialmente como nos anos 50, exceto pela liberdade sexual, ou melhor, pela maior exibição e exposição.
O Rio de Janeiro, que já foi exemplo de elegância e bem viver, tornou-se a cidade que menos respeita o cidadão e a coisa pública no País. Nossas ruas são verdadeiras trilhas, nossas calçadas, armadilhas para os tornozelos. Com exceção do metrô, a cidade é uma sujeira.
Desconhecemos o que é cidadania, mas sabemos tudo sobre a vida dos bandidos – quer os do morro, quer os do governo.
O que falta acontecer para a cidade melhorar? Assumirmos a responsabilidade pela nossa realidade individual e pararmos de falar, criticar ou observar a realidade alheia.
A chave é o respaldo que damos a tudo que não presta. Assistir e ouvir assuntos que tratam daquilo que não queremos na nossa vida é só burrice. Todos os acontecimentos de nossa vida são o reflexo de onde e em que colocamos a nossa atenção.
Mude a sintonia do que você dá importância, e veja a sua realidade mudar imediatamente: Causa e Efeito.
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