“Hair”, musical com versão brasileira assinada por Cláudio Botelho e Charles Möeller, teve pré-estreia nessa quarta-feira, no Teatro Oi Casa Grande. Dennis Carvalho, que participou da montagem de 1969 (menos de um ano depois da assinatura do Ato Institucional nº 5, que instaurou a fase mais dura do regime militar), estava na plateia e ficou muito emocionado. Ele conta que, até durante a ditadura, existia suborno: a peça tem uma cena de nu, o que, na época, era proibido, o que fez a produção diminuir as luzes e os atores fingirem que estavam tirando a roupa. Um dos produtores subornou um agente da censura, e a turma ficou nua durante toda a temporada. Segundo Dennis, ninguém sabe disso até hoje. Outra que chamou atenção fora do palco foi Elba Ramalho, que estava vestida a caráter. Quando alguém perguntou se o traje “riponga” era de propósito, ela, muito tranquila, disse: “Não, nem percebi. Eu adoro me vestir assim”.